Vice-presidente do Afocefe concede entrevista à Rádio Guaíba

Para técnicos da Receita Estadual, cogitar atrasos em salários pode ser tática para reformas - Rádio Guaíba ( 22 de fevereiro)

Apesar de o governador José Ivo Sartori (PMDB) admitir que o salário do funcionalismo público pode sofrer atrasos nos próximos meses, técnicos tributários da Receita Estadual apontam que não é possível afirmar se realmente ocorrerão transtornos. De acordo com o vice-presidente do sindicato da categoria (Afocefe), Gilberto da Silva, em início de governo sempre surgem boatos de falta de recursos no caixa para que a nova gestão possa realizar as reformas estruturais que deseja.

“A probabilidade de atraso de salário tem sido argumentada pela equipe econômica (do governo). Na realidade, os técnicos tributários têm algumas informações de dentro da (secretaria da) Fazenda, mas não é possível afirmar em que mês vai haver atraso e se realmente vai haver atraso. A Afocefe Sindicato entende que, em início de governo, sempre aparecem esses boatos principalmente quando há necessidade de reformas estruturais. O que está pontuando mais o governo hoje é tomar pé da situação do Estado, fazer uma citação um pouco negativa a nível de números para que haja reformas estruturais. Isso transita na política”, apontou o vice-presidente do sindicato.

Outro ponto que vem sendo apresentado pelos técnicos tributários é a necessidade de retomar intensamente a fiscalização a respeito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para que a receita seja ampliada. Segundo Silva, a falta de fiscalização ostensiva diminui a receita “significativamente” em várias áreas do Estado, o que vem, segundo ele, ocorrendo há 15 anos.

Para o dia 19 de março está sendo organizado um encontro com secretários da Fazenda de Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro para discutir alternativas no incremento de receita para o Rio Grande do Sul. O debate, que também vai tratar de possibilidade de ampliação da fiscalização do ICMS, ocorrerá na Assembleia Legislativa gaúcha.