TESTE DE VISÃO - Opinião Zero Hora
23/12/2014
O Rio Grande do Sul tem sido pródigo em decisões que se contrapõem ao curso lógico de qualquer processo de desenvolvimento econômico e social. São fatos e versões distorcidas que provocam perplexidade quando se tem uma visão de médio e longo prazos. Passamos por vários ciclos em que são demonizadas medidas cujo objetivo é o de apenas garantir que as empresas não fechem suas portas, o que significa “sobreviver” para depois crescer. Ou a decisão correta seria desestimular as fábricas locais e entregar o mercado estadual aos produtos que vêm de fora? Pois atualmente encontramos um claro exemplo de miopia econômica. Trata-se da crítica infundada à equalização dos custos dos artigos fabricados no Rio Grande do Sul diante dos itens importados ou de outros Estados que chegam ao mercado gaúcho subsidiados pela guerra fiscal brasileira ou pelo dumping praticado em diversos países. O combate a essa concorrência desleal tem sido chamada erroneamente de “imposto de fronteira”. Mas, na prática, se resume apenas à tentativa de equiparar os custos tributários para que as fábricas estabelecidas no nosso Estado concorram em igualdade de condições e, assim, continuem gerando empregos, criando oportunidades sociais, e multiplicando a renda interna. O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Longo, já se posicionou publicamente em defesa das indústrias aqui instaladas. O que está em jogo e preocupa a Agas é a ameaça de que a visão de curto prazo possa abrir espaço para que o Rio Grande do Sul deixe de se reindustrializar e opte por se tornar uma grande feira livre de importados. Quem compraria um produto de fornecedor interno pagando 17% de ICMS se no Estado vizinho a alíquota é 12%? Logo, os industriários terão que procurar novos empregos nos Estados produtores e até em outras nações, caindo o número de consumidores . Talvez tenhamos que distribuir óculos com lentes de longo prazo para aqueles que, neste exato momento, estão formulando alguma medida milagrosa tendo o olhar voltado somente para os próximos meses, e não para as próximas gerações.
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