ÁREA RESTRITA    
Login    Senha   
Página Incial
Técnicos Tributários participam de assembleia conjunta dos servidores públicos
Em coletiva de imprensa, Afocefe apresenta proposta para Estado superar acrise
Afocefe apresenta ao presidente da Assembleia Legislativa estudo que aponta saída para crise
NEWSLETTER
Assine a newsletter do AFOCEFE Sindicato e receba notícias por
e-mail:
Nome:
E-mail:
Notícias

O ESTADO ALQUEBRADO - Editorial - Zero Hora

22/08/2014
Foi de uma sinceridade inquietante o diagnóstico que o secretário da Fazenda do Estado fez da situação financeira do governo gaúcho. O senhor Odir Tonollier é a autoridade mais habilitada para dizer o que revelou ontem pela manhã em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha. Em síntese, afirmou que o Estado chegou ao limite da capacidade de endividamento, por conta do esgotamento das fontes de recursos, da arrecadação tributária aquém do previsto e da falta de perspectivas de solução de curto prazo para as questões mais urgentes de caixa. Falta dinheiro para assegurar, sem sobressaltos, o custeio do Estado e, ao mesmo tempo, um mínimo de investimentos. Mesmo na projeção mais otimista, nada garante que o cenário possa ser diferente no próximo ano, apesar de eventual mudança no modelo de correção da dívida pública, que depende de iniciativa do Congresso.
É na possibilidade de substituição do indexador da dívida que o setor público gaúcho aposta. Os desembolsos para o governo federal seriam reduzidos, por conta de atualizações menos onerosas para o Estado. Mas a decisão da troca de indexador ainda depende do Congresso e somente teria efeito a médio prazo. O caos financeiro estadual só não é maior porque o governo _ como é prática também em outros Estados _ se socorre dos depósitos judiciais. São recursos do qual o governo é guardião, mas que estão na dependência de um veredicto final da Justiça, e que, em tese, ainda não pertencem a ninguém. No caso gaúcho, como admitiu o secretário, até mesmo essa fonte estaria perto do fim.
A tática de recorrer aos depósitos tem garantia legal. Mas a legalidade não é suficiente para que tal procedimento possa ser visto como natural. Não há normalidade financeira num Estado que não consegue atender seus compromissos rotineiros e se sente incapacitado de planejar investimentos. São muitos os fatores que levaram a esse desequilíbrio. Entre as causas recentes, estão os reajustes salariais concedidos, em parcelas, a determinadas categorias, a receita abaixo do previsto e os desembolsos com compromissos inadiáveis, como o pagamento de precatórios. As causas mais profundas são estruturais e se acumulam, sucessivamente, a cada governo.
A principal está nas deficiências de gestão da administração pública, que colocam o Rio Grande do Sul entre os Estados retardatários na adoção de reformas que resultem em austeridade, com a adequação do tamanho do governo às demandas da economia, o enxugamento de estruturas obsoletas e, por consequência, maiores ganhos de produtividade. A melhoria da economia pode até representar aumento de receitas, mas não será suficiente para resolver os problemas financeiros que atormentam o secretário e devem inquietar os pretendentes ao Palácio Piratini. O Estado eficiente precisa, além do reforço de caixa, de uma racionalidade administrativa que contemple as demandas da população.

VOLTAR
Print

Em construção

Rua dos Andradas, 1234, 21º andar - Porto Alegre/RS - CEP 90.020-008
Fone: (51) 3021.2600 - e-mail: afocefe@afocefe.org.br