RS está no limite da capacidade de endividamento, diz secretário - Zero Hora
21/08/2014
Odir Tonollier afirma que diferença entre receita e despesa do Estado está maior do que em 2013
Titular da Fazenda falou ao "Gaúcha Atualidade"
Foto:
Bruno Alencastro / Agencia RBS
O secretário estadual da Fazenda, Odir Tonollier, afirmou nesta
quinta-feira que o Rio Grande do Sul está no limite da capacidade de
endividamento. A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira, no
programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. O secretário
comentava o contrato de operação de crédito no valor de US$ 280 milhões,
assinado na quarta-feira com o Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento.
— Preenchemos o espaço que existia. Desde a assinatura do contrato da
dívida até dois, três anos atrás, o Rio Grande do Sul não teve acesso a
nenhuma operação de crédito, investiu muito pouco, a não ser com
recursos das privatizações — declarou Tonollier. — Isso contribuiu para o
atraso do Estado, inclusive em relação ao crescimento do país —
acrescentou.
Na visão do titular da Fazenda, a renegociação da dívida com a União
(projeto está no Senado para votação) abrirá espaço para novas operações
de crédito:
— Pagávamos 6% e passaremos a pagar 4%. Abrirá, inicialmente, R$ 3
bilhões de um novo espaço, em condições muito melhores do que nós
estamos.
Atualmente, uma das medidas utilizadas pelo o governo para bancar
seus gastos é a retirada de depósitos judiciais — é permitido que seja
sacado até 85% do dinheiro, limite do qual o Estado está próximo.
— Este ano, a situação financeira do Estado está resolvida, apesar de
que houve queda sensível da arrecadação no último trimestre por conta
dos efeitos da Copa — explica Tonollier, citando dias não trabalhados no
período.
O Rio Grande do Sul tem como fonte de arrecadação básica o ICMS, cuja
previsão é que chegue ao final do ano com R$ 25 bilhões. Foram
arrecadados cerca de R$ 15 bilhões, o que representa um pequeno aumento
real em comparação com 2013.
— Não podemos precisar o déficit, mas é superior ao do ano passado,
por redução na receita. E o patamar da despesa cresceu um pouco — diz o
secretário. — O projeto do governador era de ter algum risco e conviver
com algum aumento de déficit, mas preparar o Rio Grande do Sul para um
crescimento com normalidade dos serviços públicos, que é a razão de
existência do Estado — finalizou.
Ouça entrevista completa do secretário ao Gaúcha Atualidade
(Fonte: Zero Hora - 21/08/2014 | 12h17)
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