NOVO CAMELÓDROMO - Irregularidades no primeiro dia
05/12/2013
Caxias do Sul – Em um ambiente mais sofisticado, com corredores amplos e
mercadorias organizadas em prateleiras, o novo camelódromo abriu ontem
com as mesmas irregularidades de antes. O Centro de Compras Caxias do
Sul, como foi batizado, tem dois andares, entrada pela Rua Sinimbu e
pela Avenida Júlio de Castilhos e até lancheria. Em nada lembra o antigo
endereço, quase em frente ao atual, que não tinha piso, banheiro e não
oferecia comodidade aos clientes.
Apesar dos avanços, é possível
comprar produtos sem a garantia de uma nota fiscal e mercadorias
piratas. Na manhã de ontem, o Pioneiro circulou entre as 73 bancas. Em
seis delas, adquiriu produtos. Duas das lojas não deram nota fiscal de
venda ao consumidor. A desculpa dos vendedores é de que a mudança era
recente e eles ainda estavam se organizando. Em uma delas, foi possível
comprar CD pirata. A mercadoria estava escondida no fundo da loja. Nem
foi preciso pedir ao comerciante pelo produto. Ele o ofertou por conta:
–
Tem cedezinho escondido ali tá, escondido não... – corrige-se o
vendedor, abrindo uma compartimento em que tirou muitos CDs, dos mais
variados estilos musicais, de AC/DC à bandinha, embalados em papel.
O
Pioneiro adquiriu na loja três por R$ 10 e um fone de ouvido, também
por R$ 10. Na hora de pedir a nota, a resposta do camelô foi a seguinte:
ele teria que comprar recibo e ainda estava se organizando em razão da
mudança.
Em quatro bancas, não houve nenhuma dificuldade para
conseguir nota. Em duas delas, os comerciantes inclusive colocaram o
CPF, o que possibilita que o consumidor concorra a prêmios no programa
Nota Fiscal Gaúcha.
Em outra banca, um lojista vendeu uma capa de chuva sem documento fiscal.
–
Agora não tem como. Não tenho nem papel, estamos chegando agora. Abriu
ontem (terça à noite, em solenidade), está uma correria – respondeu à
pergunta sobre a nota.
Presidente da Associação dos Camelôs, Matilde Pizarro desconhece a comercialização de mercadorias ilegais.
–
Não vi nenhuma loja com CD pirata. Espero que ninguém tenha. Já foi
falado que não devem ser vendidos esses produtos. Temos que fazer uma
próxima reunião, então, sobre isso – sustentou a presidente.
Sobre a venda sem nota fiscal, Matilde diz que o problema se deve à mudança dos comerciantes:
–
Pedimos a transferência de algumas coisas para cá. Muitos pediram a
maquininha para dar o cupom fiscal, mas não vieram instalar. Nem
telefone está funcionando ainda.
(Fonte: Jornal Pioneiro, 05/12/2013, página 20 - Economia)
|
|