Sem terror, mas porta fechada para sonegar - Zero Hora (Informe Econômico - Maria Isabel Hammes)
16/10/2013
Combate
à informalidade nas atividades econômicas, à sonegação e até às
desonerações fiscais, novos critérios para incentivos e mais
entrosamento na Secretaria da Fazenda para aumentar a arrecadação. Com
todos esses desafios pela frente, rotina é uma reclamação que, com
certeza, Carlos de Martini Duarte (foto), a partir de hoje presidente do
Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado, não vai ter. Preocupado
com a perda de importância do Rio Grande do Sul no país, promete ação
forte para contribuir com um novo panorama.
As alterações passam
por tentar atenuar os problemas corporativos na Fazenda. Nas duas
categorias – uma que controla a gestão da ação fiscal e outra que faz a
ação fiscal, há pouca conversa:
– A fiscalização do trânsito de mercadorias deve trazer elementos à auditoria, mas não é isso que ocorre.
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Hoje,
60% da arrecadação do ICMS está concentrada em energia,
telecomunicações e combustíveis. Uma distorção, pois significa que em
vários outros setores existe concorrência desleal com quem paga em dia
os tributos.
Enquanto nos EUA a informalidade é 3%, no Brasil
chega a 50%. Na pauta da nova diretoria, a discussão das desonerações
fiscais (muitas pela legislação que isenta os exportadores) e a “brutal”
sonegação:
– O nosso sistema de fiscalização é precário, são
apenas seis pontos na divisa com Santa Catarina. É uma porta aberta para
a sonegação.
Duarte entende que a falta de pagamento segue em
alta pela chamada falta de percepção de risco. Como não há fiscalização
suficiente, o contribuinte deixa de pagar porque sabe que não será
punido. Estudo da USP revelou que a maior razão para não pagar tributos –
70% dos casos – é a certeza de impunidade.
– A Fazenda ainda
ajuda porque deixa de fazer auditoria e permite denúncia espontânea e o
parcelamento das dívidas. Não queremos impor o terror fiscal, mas
regular a concorrência entre as empresas. A carga tributária é elevada
porque a sonegação é alta.
Tentar rever critérios para incentivos
fiscais é outra bandeira. Hoje, 60% do total está concentrados em
empresas a até 150 quilômetros de Porto Alegre, “deixando zonas
econômicas mais deprimidas sem o benefício, justamente as que mais
necessitariam de apoio”.
Veja matéria publicada na Zero Hora:
(Fonte: Zero Hora, 16 de outubro de 2013 - Informe Econômico (Maria Isabel Hammes))
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