JUAREZ SANT’ ANNA/DIVULGAÇÃO/JC
Duas empresas compravam a carne e a vendia sem nota fiscal
Operação conjunta do Ministério
Público, Polícia Civil e Receita Estadual – denominada Le Poulet -
desarticulou nesta quinta-feira um esquema de sonegação fiscal
envolvendo um grupo de empresas que atuam no comércio atacadista de
frangos e derivados. Pelo menos R$ 41 milhões deixaram de ser
declarados para a Receita Estadual com a fraude. As empresas utilizavam o
regime tributário do Simples Nacional e movimentavam valores acima do
permitido pela legislação. Oito mandados de busca e apreensão foram
cumpridos em Canoas, Cachoeirinha e Gravataí.
As investigações
começaram quando os sistemas da Receita Estadual identificaram a omissão
de receita praticada por duas empresas que compravam significativas
quantidades de frangos e cortes e efetuavam as vendas sem emissão de
nota fiscal. Segundo o promotor de Justiça Fábio Costa, da Promotoria
Especializada Criminal de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária,
os sonegadores abriram várias empresas com objetivo de distribuir o
faturamento com a utilização de laranjas. “Esta foi uma grande
organização para evitar que o Estado não consiga apurar a sonegação
fiscal.”
A ação contou com a participação de 17 agentes fiscais
do Tesouro do Estado, um promotor de Justiça, sete delegados de polícia,
26 agentes policiais e 14 viaturas, além do apoio de turmas volantes da
Receita Estadual.
Esta é a segunda operação desarticulada pela
Receita Estadual envolvendo o produto frango. Em janeiro de 2012,
Operação Especial de Fiscalização denominada Frango à Gaúcha, onde
empresas adquiriam produtos resultantes do abate de aves de fornecedores
de outros estados. Na ocasião, foi realizado, o cruzamento de Notas
Fiscais Eletrônicas pelo Posto Fiscal Virtual, além de conferências de
cargas nos Postos Fiscais, glosa de créditos indevidos e notificação de
contribuintes por correspondência eletrônica. Como resultado, diversos
contribuintes foram desenquadrados do Simples Nacional e houve alteração
na tributação na cadeia do frango, com a inclusão da figura do
substituto tributário nos fornecedores. De acordo com subsecretário da
Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, a utilização do Simples
Nacional serviu como máscara para as fraudes da empresa, o que causa
problemas para a economia do Estado.