Comitê organizador lança Fórum pela Paz na Colômbia
15/05/2013
O “Fórum pela Paz na Colômbia – Justiça Social, Democracia e
Soberania”, que será realizado em Porto Alegre nos dia 24 a 26 de maio,
teve seu lançamento oficial durante entrevista coletiva realizada no
auditório da Afocefe Sindicato, entidade que representa os técnicos do
Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, localizada no centro da capital
gaúcha.
divulgação
Com apoio do governo do estado, da Prefeitura – representada no ato
pelo vice-prefeito Sebastião Melo – e pela Assembleia Legislativa –
local onde será realizada toda a programação – o coordenador do Fórum e
porta-voz da Marcha Patriótica no Brasil, Mauricio Avilez, justificou a
realização do Fórum.
“A Colômbia vive um momento histórico único, pois existem condições
enormes para a paz. As manifestações do atual governo demonstram uma
real vontade para resolver o conflito que já dura mais de 50 anos.
Atualmente está sendo realizado o processo de diálogo em Havana (Cuba),
onde estão reunidos membros do governo das Farc desde 18 de outubro de
2012. Tanto o governo quanto as Farc manifestam desejo de superar as
divergências para que a Colômbia possa finalmente viver em paz”,
declarou Maurício durante o lançamento, que ocorreu na manhã de
segunda-feira (14).
Mauricio revelou dados impressionantes sobre a situação atual que vive
grande parte da população colombiana. “A Colômbia possui na atualidade
mais de 5 milhões de refugiados internos. É o país com o maior número de
refugiados do mundo. Quase todos são camponeses que foram obrigados a
abandonar suas terras (a população total é de 46 milhões) e não têm como
sair do país. Há registros de 67 mil pessoas desaparecidas (dados
oficiais da Organização das Nações Unidas – ONU). Cerca de 64% de
assassinatos de sindicalistas em todo o mundo ocorrem na Colômbia. E há
mais de 9 mil presos políticos,entre sindicalistas, lideranças sociais,
os defensores dos direitos humanos,os jornalistas independentes e
líderes estudantis”.
Prova de que o momento é único para a tão sonha paz, que em 9 de abril
ocorreu a “Marcha pela Paz”, que reuniu 1,5 milhão de pessoas nas ruas
de Bogotá, como lembrou Mauricio.
Por esse momento único, as organizações que compõem o comitê organizador
decidiram realizar o “Fórum pela Paz na Colômbia” em Porto Alegre. A
capital gaúcha foi escolhida porque vem sediando eventos de impacto,
como o Fórum Social Mundial, os fóruns sociais temáticos e, mais
recentemente, o Fórum Social Mundial Palestina Livre.
Contribuição classista
A diretora da Secretaria de Formação da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Eremi Melo, uma das entidades
organizadoras, destacou a importância da presença dos governos estadual e
municipal, além do Poder Legislativo no evento: “Apenas com os
integrantes dos movimentos sociais, nós temos dificuldade de obter
espaços, mas quando o governo participa, a imprensa é mais sensível às
questões tão importantes como esta. É fundamental a divulgação deste
Fórum. E nós temos a obrigação de contribuir para o processo de paz na
Colômbia, sendo participativos e atuantes nos debates que serão
realizados na Assembleia. A paz no mundo hoje se tornou uma grande
bandeira para os trabalhadores e trabalhadoras, pois a juventude, as
mulheres e as crianças são as que mais sofrem com as guerras”, assinalou
Eremi Melo.
O vice-prefeito Sebastião Melo garantiu o apoio do governo municipal à
iniciativa. “Nossa cidade é muito acolhedora e solidária na luta pela
igualdade, respeitando as diferenças. Há várias crises instaladas no
mundo e a Colômbia está dentro deste contexto. Fico feliz de saber que
Porto Alegre exerce protagonismo nesse processo de busca pela paz. É
muito importante, não só a presença da América Latina, como as ‘Madres
da Plaza de Mayo’, que virão, mas que todo o mundo esteja aqui. O
prefeito Fortunati assegurou que tudo o que for necessário será feito
para que o Fórum pela Paz na Colômbia tenha êxito. É muito acolhedor
recebê-los”, afirmou Sebastião Melo.
O Comitê Organizador do Fórum pela Paz na Colômbia é composto por mais
de 2 mil organizações sociais colombianas e por cerca de 70 entidades
brasileiras. Estão sendo esperados cerca de 2 mil participantes, sendo
mil de países da América Latina e mil de todo o Brasil. Os eixos
centrais que vão nortear os debates no Fórum são Justiça Social,
Democracia e Soberania. Serão debatidos temas como a participação de
jovens, mulheres e trabalhadores nos processos de paz, além de serem
discutidos assuntos como a questão da terra, direitos humanos e
militarização.
(Fonte: Correio do Povo / CTB-RS)
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