Alteração do FPE traz perda de R$ 400 milhões para o Estado
12/04/2013
As
alterações no Fundo de Participação dos Estados (FPE), aprovadas na
quarta-feira pelo Senado, reduzem o percentual de participação do Rio Grande do
Sul nos repasses, dos atuais 2,35% para 1,81%. O texto, que segue para a Câmara
dos Deputados, onde será apreciado até junho por determinação do Supremo
Tribunal Federal (STF), mantém a alíquota vigente de distribuição até o ano de
2016, quando começam a valer as novas regras que consideram, entre outros
fatores, a relação de população e renda per capita para o repasse dos
excedentes da arrecadação.
O novo cenário, segundo cálculo da Secretária da Fazenda, determina perdas de
R$ 400 milhões ao ano, cerca de 33,3 milhões ao mês, aos cofres gaúchos. Em
2013, os repasses do FPE, o equivalente a 4,5% da receita total do Rio Grande
do Sul, devem somar R$ 1,6 bilhão. As mudanças, no entanto, além de reduzirem a
fatia dos estados com renda média superior à nacional, criam um piso que será
correspondente aos valores recebidos pelos estados em 2015, corrigidos pela
variação do IPCA mais 50% sobre a variação real do Produto Interno Bruto (PIB).
Entretanto, na avaliação do secretário Estadual da Fazenda, Odir Tonollier, que
acompanhou a votação em Brasília, os prejuízos mais expressivos virão em razão
da fórmula criada para os excedentes. Isso porque a proposta cria um mecanismo
de redistribuição de acordo com a população e a renda domiciliar per capita. Em
caso de representatividade acima de 71% da média nacional - situação em que se
encontra o Rio Grande do Sul - o coeficiente final dos estados terá a aplicação
de um redutor de 0,5% sobre os recursos totais do FPE, atualmente estimado em
R$ 67 bilhões. “Essa foi uma das concessões, queríamos manter o redutor em 70%
e o projeto original previa 75%. Ainda assim, não atingimos aquilo que
gostaríamos”, revela.
O secretário explica que as transições, a partir de 2016, ocorrerão de maneira
suave. “Será sempre mantido o valor correspondente a 2015 e a correção que
ocorrerá, efetivamente ,é na diferença dos repasses reduzidos a 1,81%. Ainda
assim, entendemos que a dinamização desses índices configura uma equação muito
difícil”, comenta, ao afirmar que o objetivo de equilibrar a distribuição não
foi atingido de forma plena. Isso porque Bahia, Pernambuco, Maranhão e Ceará
continuam a concentrar mais de 30% dos repasses, enquanto todos os estados das
regiões Sul e Sudeste, juntos, não atingem a 15% da atual divisão.
(Fonte: Jornal do Comércio - Economia- 12 de abril de 2013)
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