Entrevista com Pio Giovani Dresch - Autor da ação derrubada pelo STF
08/04/2013
“Ayres Britto costumava ouvir a outra parte”Pio Giovani Dresch - Autor da ação derrubada ontemPresidente
da União Gaúcha da Previdência Pública e da Associação dos Juízes, Pio
Giovani Dresch, que ingressou com a ação direta de inconstitucionalidade
contra a alíquota de 13,25%, afirma que aguarda apenas a publicação da
decisão para recorrer ao pleno do Supremo.
Zero Hora – O senhor esperava sofrer um revés no STF?
Pio
Giovani Dresch – Sabíamos da existência desse recurso e que estava com o
presidente (Joaquim Barbosa). Esperávamos que ocorresse a intimação da
União Gaúcha, como era praxe com o presidente anterior (Ayres Britto),
para que pudéssemos nos defender e apresentar argumentações. Mas isso
não ocorreu. Agora, tão logo sair o teor da decisão, nossos advogados
vão apresentar um agravo regimental.
ZH – O senhor acredita que o ministro Joaquim Barbosa lhes negou o direito de manifestação?
Pio
– Havia uma praxe com o ministro Ayres Britto, por exemplo. Ele
costumava ouvir a outra parte. Não cabe a mim avaliar a postura do
ministro Joaquim Barbosa, apenas tínhamos a expectativa de um estilo que
permitisse a manifestação da outra parte, que, no caso, é a União
Gaúcha.
ZH – O STF tem jurisprudência que permite elevar alíquota. O senhor tem esperança de reversão?
Pio
– O que posso dizer é que inexiste cálculo atuarial que justifique o
aumento. O tal cálculo atuarial do Banco do Brasil que o governo diz
ter, além de apresentar inúmeros defeitos, é posterior à lei que elevou a
alíquota.
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