Supremo garante alíquota de 13,25% na previdência
08/04/2013
Decisão anterior do Tribunal de Justiça (TJ) mantinha em 11% o desconto sobre salário de servidoresUma
decisão monocrática do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), derrubou ontem liminar que havia determinado a
suspensão da cobrança da alíquota de 13,25% dos servidores. Com a
autorização de instância superior, o governo Tarso Genro irá descontar o
novo percentual já no contracheque de abril dos cerca de 300 mil
servidores ativos e inativos do Estado.
Até o final do ano,
contando com o 13º salário, a medida irá gerar acréscimo de pelo menos
R$ 150 milhões nos cofres do Piratini.
A elevação da alíquota
previdenciária de 11% para 13,25% foi assegurada pelo governo estadual
em junho de 2012, com a aprovação de projeto de lei na Assembleia.
Depois da noventena – período legal de 90 dias que antecede a aplicação
do novo percentual –, o Piratini fez o primeiro desconto majorado em
outubro.
Contudo, a partir do mês seguinte, a medida foi suspensa
devido a uma liminar do Tribunal de Justiça. A maioria dos 25
desembargadores acatou a argumentação da União Gaúcha em Defesa da
Previdência Pública, autora da ação, que apontava a inexistência de
cálculos atuariais que justificassem a iniciativa – embora o Piratini
justificasse que havia incluído estudos feitos pelo Banco do Brasil.
Desde então, se passaram mais de quatro meses e o TJ sequer publicou o
acórdão. Assim, a alíquota permaneceu em 11%, sem previsão de julgamento
de mérito.
O cenário, agora, foi modificado com a decisão
favorável no STF, onde há jurisprudência que sustenta a possibilidade de
governos estaduais elevarem as contribuições até próximo dos 13,5% sem
haver a caracterização de confisco dos salários do funcionalismo, o que
se constitui em uma ilegalidade.
Para o Piratini, os R$ 150
milhões, que podem parecer um pingo no oceano, garantem um pouco de
fôlego para o enfrentamento do atual quadro das finanças. O déficit da
Previdência deverá ser de R$ 6,7 bilhões em 2013.
– É um valor
que recuperamos e que vai entrar na nossa arrecadação global. É uma
quantia significativa, basta verificar que esses R$ 150 milhões são
quase a mesma coisa que os R$ 165 milhões que tivemos na Consulta
Popular de 2012 – valorizou o secretário do Planejamento, João Motta.
(Fonte: Zero Hora, 06 de abril de 2013 - Política, página 08)
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