'Por trabalho', técnicos da Receita Estadual do RS paralisam atividades - G1
18/01/2013
18/01/2013 10h29
- Atualizado em
18/01/2013 12h15
Sindicato contesta alteração no serviço e pede fiscalização mais efetiva. Contatada pelo G1, Secretaria da Fazenda ainda não se manifestou.
Em vez de fiscalizar veículos, técnicos entregam panfletos explicando manifestação em Iraí, no Norte do RS
(Foto: Eder Calegari/RBS TV)
Uma paralisação dos técnicos da Receita Estadual do Rio Grande do Sul
afeta as atividades nos postos fiscais e secretarias do estado nesta
sexta-feira (18). Segundo a Afocefe/Sindicato, que representa a
categoria, os trabalhadores contestam uma alteração nos serviços dos
técnicos. “Esta mobilização não é por salário, é por trabalho”, diz o
presidente da entidade, Guilherme Campos.
A mudança, de acordo com os trabalhadores, dificulta a cobrança dos
Termos de Infração de Trânsito, principal instrumento de combate à
sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
no estado. Contatada pelo G1, a Secretaria da Fazenda do RS ainda não se manifestou sobre o assunto.
“Não acreditamos na fiscalização só via computador. Defendemos uma
fiscalização ostensiva mais efetiva. Há 12 anos não existe concurso pra
técnico do tesouro, e a secretaria (da Fazenda) está deixando de
fiscalizar. Isto traz prejuízo para o estado, que não pode atender a
segurança pública, o magistério, os postos de saúde e outras funções
importantes para a sociedade”, explica Campos.
A paralisação deve ocorrer ao longo desta sexta não apenas nos postos
de fiscalização, mas também em pontos da secretaria do estado. Campos
não descarta que, além de causar prejuízos com a arrecadação, a
mobilização cause um atraso no salário do funcionalismo público
estadual. “A folha de pagamento do estado, que deveria ser rodada hoje,
talvez não seja”, diz.
Fiscal entrega panfleto a condutor de caminhão em Iraí
(Foto: Eder Calegari/RBS TV)
Em cada ponto, os trabalhadores realizam uma manifestação. Segundo o
sindicato, cerca de 100 pessoas se mobilizam em frente à sede da
Secretaria da Fazenda na Avenida Mauá, no Centro de Porto Alegre.
Um dos principais postos de fiscalização do estado fica em Iraí, no km 1 da BR-386, na divisa com Santa Catarina,
por onde passam mais de 1,5 mil cargas de mercadorias de outros
estados. Segundo técnicos que trabalham no local, lá não estão sendo
fiscalizadas as notais fiscais e cargas. Em vez disso, os manifestantes
entregam panfletos a condutores explicando os motivos da paralisação.
Outros dos principais postos, de Vacaria, Erechim, Torres e Nonoai, também estão com as atividades interrompidas.
Nenhuma nota fiscal ou carga esta sendo fiscalizada no posto pelos
técnicos. A ausência do procedimento fiscal deve impactar na perda de
créditos do estado com o imposto.
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