Política da Sefaz reflete negativamente na arrecadação do Estado
06/07/2012
Ao reconhecer que está preocupado com a arrecadação, em
matéria publicada na Coluna Informe Econômico da Zero Hora desta sexta-feira,
dia 6 de julho, o secretário estadual da Fazenda confirma o que vem sendo
alertado pelo Afocefe Sindicato permanentemente. Está comprovado que a
diminuição na arrecadação em relação ao previsto pela Fazenda não é somente em
razão da crise econômica e sim gerada pela política adotada pela Sefaz em
relação a fiscalização preventiva e ostensiva, tendo diminuído significativamente
a percepção de risco por parte dos contribuintes, que percebendo esta falta de
fiscalização tem caminhos abertos para a sonegação.
A gestão fazendária em vez de criar mecanismos para aumentar
a arrecadação, aumenta o endividamento
para suprir as necessidades de investimento do Estado. A falta de decisão do
governo está postergando o reequilíbrio da arrecadação, que tende a cair mais
ainda. É dever da Sefaz ter uma fiscalização efetiva. Esta política de
fiscalização virtual é insuficiente, como já foi constatado por unanimidade
pelos deputados na audiência pública ocorrida na Assembleia Legislativa, no dia
20 de junho, que discutiu o fechamento dos postos fiscais.
O fortalecimento de
uma política de fiscalização ostensiva e preventiva com a qualificação do
trabalho através de investimentos em infraestrutura e a necessidade de abertura
imediata de concurso público para Técnico do Tesouro para o suprimento de
pessoal é fato incontroverso.
A fiscalização em Postos Fiscais e Turmas Volantes, objeto de
descaso da Secretaria da Fazenda, é realizada pela categoria dos Técnicos do Tesouro
Estadual, que está com seu quadro em 959 profissionais em atividade dos 1800
previstos em legislação, destes 160 em condições de aposentadoria imediata e
outros 200 em 2013, sendo necessário o preenchimento de pelo menos 300 vagas.
A informatização pode
contribuir com o trabalho de fiscalização mas não dispensa o trabalho feito
pelos fazendários. A política de fiscalização adotada pela Sefaz é ditada por
uma questão corporativa e não por uma questão de Estado, postergando a
realização do concurso público, que não se trata mais de interesse de uma
categoria mas de uma necessidade do Estado e da própria sociedade.
Crédito
novo e queda na arrecadação (Informe Econômico – Zero Hora)
Uma boa
notícia em meio a um panorama difícil surgiu ontem para as finanças públicas do
Estado. Da linha oficial de R$ 20 bilhões anunciada pela presidente Dilma para
impulsionar a economia via obras públicas, o Rio Grande do Sul terá direito a
R$ 785 milhões, R$ 300 milhões a mais do que o previsto inicialmente, adiantou
ontem o secretário da Fazenda, Odir Tonollier. Ele espera receber parte
dos recursos ainda este ano para aplicar em rodovias e irrigação, entre outros
projetos. A linha de crédito é do BNDES, prevê dois anos de carência e
condições especiais para pagamento – 5,5% mais 1,1% ao ano.
Recursos que vêm em boa hora, já que a
arrecadação está abaixo do previsto. No semestre, a receita do ICMS foi de
R$ 10,2 bilhões, R$ 1 bilhão a mais do que no mesmo período do ano passado. Mas
a projeção da Fazenda era atingir R$ 22,5 bilhões no ano, R$ 1,3 bilhão a mais
do que o estimado no Orçamento. No momento, Odir calcula que valor mais
realista seja fechar com R$ 21,2 bilhões.
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Ainda não há motivos para corte nos programas em execução previstos, mas o secretário não esconde que a crise da
economia atingiu também a arrecadação:
– Estamos um pouco preocupados com a
arrecadação. Tem sido razoável, mas precisa ser mais do que razoável para
atender às necessidades do Estado. A ideia era ter crescimento real de 10%,
agora revisado para 5%. O comércio caiu 4,5% e isso mostra que está ficando
estoque na indústria, setor que responde por 30% da receita.
Para compensar esta curva em declínio, alguns setores têm mostrado boa
evolução, como energia e combustíveis. Outra esperança são as medidas adotadas
pela União, como a queda dos juros e o estímulo ao investimento.
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