Oposição critica reajuste, mas deve votar a favor
26/11/2011
Incorporação de gratificação na Secretaria custará R$ 86,6 milhões em 2013Apesar
de criticarem o que consideram “falta de critério” do Palácio Piratini,
deputados de oposição devem votar a favor do projeto que permite que
3.762 servidores da Secretaria da Fazenda incorporem ao básico 45% das
gratificações. Com a proposta, em tramitação na Assembleia, os cofres do
Estado sofrerão um impacto de R$ 86,6 milhões a partir de 2013. Estudo
da bancada do PSDB garante que a repercussão é maior: R$ 185 milhões.
Segundo
a Fazenda, os vencimentos dos técnicos do Tesouro e agentes fiscais são
compostos por uma parte fixa (salário básico) e outra variável
(gratificações por produtividade), esta última considerada
desproporcional por ser maior do que a própria remuneração. Se for
aprovada na Assembleia, a incorporação se dará de forma parcelada: 30%
em 2012 e 15% em 2013. Na prática, isso representará reajuste médio de
6% na matriz salarial.
O líder da bancada do PSDB, Jorge
Pozzobom, disse que o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, “faltou com
a verdade” ao informar o impacto financeiro a partir da implementação
da proposta:
– A história de que será um aumento de 6% é uma
outra falta de verdade. Nós somos favoráveis a todo e qualquer ajuste
que seja valorização dos servidores. Estamos questionando o que o
governo vem falando desde o início do ano: valorizar os menores salários
em detrimento dos maiores.
O deputado Gilberto Capoani,
vice-líder da bancada do PMDB, avaliou que há outras categorias
prioritárias. Mesmo assim, deve votar a favor:
– Não tem dinheiro
para a equiparação dos delegados, para pagar o piso dos professores,
para remunerar melhor a Brigada Militar. Não que a Fazenda não mereça,
mas tem de analisar a escala de prioridades.
Diferentemente de
PSDB e PMDB, o líder da bancada do PP, João Fischer, concorda com o
reajuste. Segundo o parlamentar, a tendência é de que a sua bancada vote
favorável à proposta.
– Eles têm muita responsabilidade dentro da questão de Estado – justificou.
Categorias que pleiteiam reposição também criticam
Categorias
que reivindicam reajustes salariais repudiaram o projeto. O presidente
Federação Sindical dos Servidores Públicos, Sérgio Arnoud, considerou
“inoportuna e inexplicável a preocupação do governo com categorias que
recebem altos salários”. Já o presidente da Associação dos Delegados de
Policia (Asdep), Wilson Müller, se disse surpreso:
– A Fazenda diz ao governo que não tem como nos pagar. Mas para eles têm dinheiro.
O Sindicato dos Técnicos Científicos e a Associação dos Oficiais da Brigada Militar também criticaram duramente o projeto.
(Fonte: Zero Hora 26.11)
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