Entidades do mercado de combustíveis da região Sul se reuniram em
Florianópolis nos dois últimos dias para debater propostas de combate à
sonegação de combustíveis em postos de combustíveis. A Carta de
Florianópolis, um documento com as propostas do setor será encaminhada
para os governos estaduais com indicativos de ações que aumentem a
fiscalização.
Entre os itens debatidos durante a décima edição do Fórum Sul
Brasileiro de Qualidade e Tributação dos Combustíveis e que se
transformaram nos cinco pontos da Carta de Florianópolis, está o pedido
para que haja mais sinergia entre as instituições para fechar ao cerco
de combate à sonegação fiscal, alteração na forma de recolhimento de
tributos sobre o etanol e ações semelhantes às do Paraná, em que a
Polícia Federal e a Receita Federal monitoraram as atividades dos
postos.
Segundo o Luiz Ângelo Sombrio, presidente do Sindópolis (Sindicato do
Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis), o
mercado de revenda de combustíveis vive momentos de pressão interna. “O
revendedor honesto está pedindo socorro pela prática do dumping e
sonegação tributária, por isso queremos que haja mais ação dos governos
para coibir está prática”, aponta.
Em relação à questão da evasão fiscal, o presidente do Comitê Sul
Brasileiro de Qualidade dos Combustíveis, Paulo Boamar desabafa que já
confusão de informações na sociedade. “Vivemos momentos difíceis no
varejo de combustíveis”, resume.
Na avaliação dele, “os revendedores honestos estão sendo acusados de
cartelistas e os sonegadores de tributos sendo aplaudidos. Precisamos
esclarecer para a população em geral o que ocorre”, afirma Boamar.
Além de empresários do setor de revenda de combustíveis, participaram
o Ministério Público, Secretaria da Fazenda de Santa Catarina,
Secretaria de Segurança, Procon (Programas de Orientacao e Defesa dos
Direitos do Consumidor), Estadual e a Polícia Civil.
BOX – O que diz a Carta de Florianópolis
O documento produzido durante o X Fórum Sul Brasileiro de Qualidade e
Tributação dos Combustíveis será encaminhado para os governadores e
assembleias legislativas dos três estados do Sul
- Solicita aos Procons de cada estado que se estabeleçam convênio com
a ANP (Agência Nacional do Petróleo) para ações de fiscalização
- Solicita participação da Polícia Federal e Receita Federal no
combate às ações criminosas de desvio de tributos e adulteração de
combustíveis
- Solicita que as secretarias da Fazenda e Segurança Pública de Santa
Catarina troquem mais informações sobre ações de fiscalização
- Solicita alteração no recolhimento dos tributos sobre o etanol, a
exemplo do que ocorre com a gasolina, cuja cobrança antecipada já é
realizada pela Petrobras e redistribuída aos órgãos governamentais
arrecadadores
- Ações de fiscalização da cadeia de distribuição dos combustíveis e
monitoramento das atividades dos postos, a exemplo do ocorrido no
Paraná, com participação das secretarias estaduais da Fazenda, da
Polícia Federal e Receita Federal