Simplificar é caminho para aprovar reforma de tributos
25/04/2011
Com os mangues da Ilha de Comandatuba (BA) como cenário, cerca de 700 autoridades e empresários concluíram ontem que, diante do temor do poder público de perder receita, é inviável reestruturar completamente o sistema tributário do país. Mesmo distante do ideal, afirmam especialistas, operar uma reforma tributária simplificada é a única alternativa para azeitar a máquina pública e vitaminar a produção. As agruras para encontrar uma fórmula de consenso para o entrevero que se tornou o sistema fiscal brasileiro monopolizaram o primeiro dia de debates do 10º Fórum Empresarial de Comandatuba, promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais. Na plateia, estavam os donos de 46% do PIB privado do país. O economista Paulo Rabello de Castro recebeu aplausos ao defender a simplificação da atual estrutura fiscal, que definiu como “favela tributária”. – Criamos uma série de puxadinhos fiscais. Nossa proposta é reempacotar esses monstrinhos que se tornaram os tributos federais, estaduais e municipais. Essa reforma viabilizará a arrecadação para investimentos públicos – afirmou. Representante do Planalto, o vice-presidente, Michel Temer, avalizou a interpretação de que o caminho para mudar é reduzir a ambição das propostas. Temer contou que, em 1997, quando presidiu pela primeira vez a Câmara dos Deputados, criou uma comissão, mas não chegou a levar as propostas à votação por conta da convicção de que uma reforma integral seria rejeitada. – É um tema difícil e polêmico, contudo, o governo está disposto a discutir. Se não integral, parcialmente, como na questão da desoneração da folha de pagamentos – prometeu.
Governadores resistem a cortes estaduais
Em seus discursos, os seis governadores presentes, entre eles o da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defenderam a reforma tributária. No entanto, todos mostraram resistência a eventuais reduções nas arrecadações estaduais. – Em poucas palavras dos governadores, vimos como o tema arrepia a todos – advertiu o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB). O presidente da Câmara, Marco Maia (PT), prometeu priorizar os projetos fiscais do Planalto.
(Fonte: Zero Hora)
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