ÁREA RESTRITA    
Login    Senha   
Página Incial
Técnicos Tributários participam de assembleia conjunta dos servidores públicos
Em coletiva de imprensa, Afocefe apresenta proposta para Estado superar acrise
Afocefe apresenta ao presidente da Assembleia Legislativa estudo que aponta saída para crise
NEWSLETTER
Assine a newsletter do AFOCEFE Sindicato e receba notícias por
e-mail:
Nome:
E-mail:
Notícias

Sonegação, pirataria e demagogia

26/10/2010

Associação Gaúcha de Supermercados não solicitou ao governo do Estado que “inventasse” o diferencial de alíquotas do ICMS. Esta modalidade talvez não seja a melhor forma para resolver os problemas de sonegação nas operações de aquisição de mercadorias de fora do Estado, mas é uma das maneiras para isso – e foi a escolhida pelo Rio Grande do Sul. O diferencial de alíquotas está previsto em lei e já foi inclusive chancelado pelo Superior Tribunal de Justiça como legal. Não bastasse isso, ele não existe apenas no RS, mas em muitos Estados da federação. Quem é contra a cobrança de diferencial é contra a indústria gaúcha.

As entidades devem manifestar-se a favor da cobrança, inclusive as entidades do comércio, pois, se a indústria vai bem, todos os setores ganham com isto, até os que são favoráveis à informalidade. A Agas gostaria de ter o poder de pedir ao governo que “invente” medidas fiscais, mas infelizmente não o tem. Talvez, se isso ocorresse, poderíamos minimizar a desigualdade, a concorrência desleal, a sonegação e até o populismo dirigido.

Todavia, mesmo não tendo sido a Agas a encomendante do diferencial de alíquotas, ela apoiou o Estado nesse projeto, porque ele combate a sonegação. Algumas empresas seguem vendendo sem nota e omitindo receita, gozando de “favores fiscais” que não lhes pertencem. Há, por exemplo, empresas que já ultrapassaram o limite do Simples Nacional, mas seguem no sistema, pois vendem sem nota, não recolhem impostos, não contribuem para a previdência, para a saúde, para o Sesc, Senac e Sebrae, e praticam concorrência desleal com quem efetivamente deveria usufruir desses benefícios. Mas isso, como não interessa a alguns, é esquecido nas manifestações.

Caso valesse o argumento de que o que importa é apenas garantir a não onerosidade através dos tributos sobre o consumo, a qualquer preço, a pirataria estaria legalizada. Terminaríamos por deflagrar a concorrência desleal sob a justificativa pífia de que, por exemplo, os adquirentes de DVDs não mereceriam pagar impostos.

A pirataria deve ser combatida, e comprar de quem não é pirata implica pagar impostos. Essa conscientização já está surgindo no meio empresarial e consumista também: comprar de quem não emite nota, de quem omite receita e de quem sonega é financiar atividade ilegal. E os interessados nisso, defensores de um estado de desordem fiscal em que se pode sonegar impostos, sob o pobre argumento de que o cidadão é penalizado, são tão criminosos quanto os que vendem produtos piratas.


ANTÔNIO CESA LONGO* | *Presidente da Agas

(Fonte: Zero Hora)

VOLTAR
Print

Em construção

Rua dos Andradas, 1234, 21º andar - Porto Alegre/RS - CEP 90.020-008
Fone: (51) 3021.2600 - e-mail: afocefe@afocefe.org.br