Ajuris reage à declaração de Tarso Genro sobre a Previdência
21/10/2010
A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul
(Ajuris) reagiu ontem às declarações do governador eleito, Tarso Genro (PT), de
que concorda com as entidades empresariais na proposta de criação de uma
previdência complementar. A manifestação ocorreu na terça-feira, em atividade da
Agenda 2020. Conforme o presidente da Ajuris, João Ricardo dos Santos Costa, a
posição de Tarso dá uma conotação equivocada a direitos e prerrogativas da
magistratura.
"Nos preocupa muito qualificar como privilégios da magistratura
direitos adquiridos. É um discurso nocivo, construído por interesse econômico e
que atenta às prerrogativas", afirma. Questionado se a atitude do futuro
governador pode antecipar um conflito com o funcionalismo, avalia que esse "tipo
de encaminhamento gera indisposição e apreensão".
Em nota, a Ajuris defende a
previdência pública e critica o fato de Tarso não ter ouvido as entidades que
representam as diversas carreiras do Estado. O texto diz que o governador eleito
aderiu a um discurso comum em todo início de novo governo, o qual "atribui ao
servidor público a causa de todos os problemas financeiros do Estado".
A
entidade se diz aberta ao diálogo e afirma acreditar na capacidade de
entendimento do governador eleito. "Somos parceiros na construção de
alternativas, mas não aceitaremos o fato consumado, construído unicamente pela
repetição de um discurso privatista, nunca pela demonstração da necessidade das
medidas que preconizam", diz a nota, que ainda fala em "agenda neoliberal bem ao
agrado do Banco Mundial". Com a repercussão das declarações, a assessoria de
Tarso entrou em contato com a Ajuris, ontem à tarde, para agendar uma conversa
com o governador eleito.
(Fonte: Jornal do Comércio )
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