Ajuris repudia discurso de Tarso
21/10/2010
O futuro governo começa só no dia 1º de janeiro, mas os atritos já tomaram posse. Um deles, pelo menos, está estabelecido. O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), João Ricardo Santos Costa, divulgou nota se opondo ao que disse na véspera o governador eleito Tarso Genro (PT) sobre promover mudanças no sistema previdenciário gaúcho.
Ontem, os dois mantiveram suas posições, mas procuraram apagar a imagem de confronto à vista.
Tarso irá pessoalmente conversar com Costa na sede da Ajuris. Mais: fará o mesmo com todos os organismos ligados ao Judiciário que o tempo e a agenda permitirem. Assim, o petista tenta cortar pela raiz uma das críticas da nota: a de que o Judiciário foi alvo de contestação sem sequer ser ouvido.
– Não precisamos ficar nos acusando. Quero dialogar – resume o governador eleito. – Talvez tenha havido um certo açodamento, mas vejo a nota como um convite ao diálogo. A previdência pública complementar está no nosso programa de governo: não é novidade.
Ouvir do futuro governador o termo “privilégio” provocou desconforto na Ajuris.
– Não há privilégio algum. Contribuímos até 40 anos e temos vencimento integral, mas o que devolvemos para sociedade é inquestionável. Não dá para colocar a culpa dos desmandos administrativos de vários governos na previdência – disse Costa.
Em um ponto, entretanto, os dois convergem: que o acúmulo de vantagens incorporadas ao salário atinge a níveis absurdos.
– É justo um servidor ganhar R$ 35 mil? – questiona Tarso, enfatizando que a culpa não é de quem ganha, mas do sistema que permite.
– Os exageros devem ser combatidos, claro. Mas queremos debater, para a sociedade ver os dois lados da questão – avisa Santos.
(Fonte: Zero Hora )
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