Para não virar refém
07/10/2010
Se
conseguir colocar em prática o discurso de campanha e que ficou mais
claro, ontem, no Painel RBS , Tarso Genro entrará para a história não
apenas por ter sido o primeiro a se eleger governador no primeiro turno,
mas por fazer mudanças que seus antecessores tentaram sem sucesso.
Tarso não admite virar refém das corporações de servidores públicos.
Reconhece sua legitimidade, mas tem clareza de que o Estado não pode se
submeter à pauta das corporações.A fórmula como o futuro governador
pretende quebrar resistências às mudanças é a mesma que o presidente
Lula adotou ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Temas polêmicos ou nem tanto serão apresentados antes ao conselho, no
qual entidades de servidores terão assento junto com representantes da
indústria, do comércio e de entidades de classe, mas serão discutidos
com todos os setores da sociedade. Só depois de obtido um mínimo de
consenso é que projetos polêmicos desembarcarão na Assembleia, onde
Tarso deverá ter maioria. Como essa maioria terá de ser conquistada na
formação do governo, não contará com ela incondicionalmente, como pode
contar com os deputados do PT, do PSB e do PC do B.Ontem, no Painel RBS,
Tarso já deu uma prévia do que será a relação com o Cpers: vai tentar
atender às demandas dos professores, mas quer casar a pauta do sindicato
com a pauta da sociedade. Em tradução livre, tentará atender às
reivindicações salariais dos professores, mas exigirá o cumprimento de
metas de melhoria da qualidade do ensino.Tarso pode buscar inspiração no
governo de um aliado, o pernambucano Eduardo Campos (PSB), reeleito com
82,84% dos votos válidos. Ontem, falando ao Gaúcha Atualidade, Campos
contou que no início enfrentou resistências das corporações para fazer
as mudanças que se propunha, mas depois os funcionários acabaram
percebendo que seriam os maiores beneficiados. Campos instituiu o 14º
salário para os professores das escolas que cumprem a meta de
crescimento nos índices de avaliação do desempenho dos alunos, assunto
que provoca urticária na direção do Cpers.
(Fonte: Zero Hora de 07.10.2010 - Rosane de Oliveira)
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