As entidades que representam os servidores do Tribunal
de Contas do Estado (TCE) decidiram, ontem à noite, em assembleia geral,
apoiar o corte nos salários acima do teto.
A decisão será encaminhada ao presidente da Corte, conselheiro João
Osório, para que o limite remuneratório da magistratura, de R$
26.723,13, seja respeitado nos vencimentos de todos os funcionários da
instituição.
A medida foi aprovada pela Associação dos Servidores do Tribunal de
Contas (ASTC) com 65 votos favoráveis, 27 contrários e uma abstenção.
Entre os integrantes do Centro de Auditores Públicos Externos (Ceape)
foram 37 votos a favor e cinco contra.
Levantamento realizado por uma equipe de auditores do TCE mostra que
98 funcionários públicos gaúchos - entre Tribunal de Contas, Assembleia
Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Justiça Militar e
Ministério Público - recebem acima do teto.
A maioria está no TCE. São 42 servidores inativos e 24 ativos,
totalizando 66 matrículas. Dos três salários mais altos do Estado, acima
de R$ 36 mil, dois estão no TCE, sendo que o mais elevado é de R$
38.346,02.
A presidente da ASTC, Lígia Zamin, afirma que a intenção é recuperar a
imagem da instituição. "Somos vistos como o reduto dos altos salários,
mas isso não reproduz a realidade. A maioria dos servidores está dentro
do limite do teto", pondera. Dos 1.254 funcionários do TCE, 1.188
recebem até R$ 26.723,13.
Apesar de determinado constitucionalmente, o teto ainda é alvo de
resistência por parte de alguns servidores. A representante da ASTC
admite que a mobilização pelo corte dos supersalários não é unânime
entre a categoria.
A auditoria realizada pelos técnicos do TCE foi divulgada na semana
passada e tomou como base a folha de pagamento de abril deste ano. Os
números do Executivo, que reúne 280 mil matrículas, ainda não foram
finalizados.