Aproveitando a falta de acordo por parte da bancada do
PMDB para a votação dos projetos de lei relativos aos cargos da
Secretaria Estadual da Fazenda (300/2009, 301/2009 e 302/2009), a
bancada do PT decidiu aproveitar a polêmica para pressionar o Executivo a
conceder reajuste salarial ao magistério.
O líder da bancada
petista, deputado Elvino Bohn Gass, garante que nenhum projeto de lei
terá acordo do partido para ser votado em plenário até que o governo
apresente um índice de recomposição para os vencimentos do magistério.
"A palavra do PT é uma só: reajuste sem mudanças no plano de carreira e
diálogo com a categoria", referendou.
Outras categorias, ligadas ao
Judiciário, Ministério Público e técnicos científicos, acompanharam a
sessão de ontem como forma de pressionar para que os projetos de lei que
tratam de reajustes entrem em pauta e sejam votados antes do dia 6 de
abril, prazo limite para a sanção de reajustes pelo Executivo.
Na
noite de ontem, o líder do governo, deputado Adilson Troca (PSDB),
voltou a se encontrar com o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, para
tratar do índice de reajuste do magistério. "Com certeza vamos mandar um
projeto com o piso e outro de aumento linear", adiantou o parlamentar,
confirmando a intenção do Executivo em manter o completivo para pagar R$
1,5 mil aos funcionários com 40 horas.
O índice que será oferecido
ainda não está definido. Uma equipe da Secretaria Estadual da Fazenda
está fazendo projeções através da folha de pagamento do magistério para
avaliar o impacto do reajuste. Hoje, às 9h, Troca irá se encontrar com
representes do Tesouro para ajustar a proposta que será apresentada aos
servidores da educação.
Enquanto isso, os professores mantêm a
mobilização. Hoje, eles começam uma vigília na Praça da Matriz. Pela
manhã é esperada a chegada de servidores de todo o Estado. Na próxima
terça-feira está programado um ato público, às 13h30min, em frente ao
Palácio Piratini. O Cpers/Sindicato reivindica um reajuste linear de
23,14%, a implementação do piso nacional e a manutenção dos atuais
planos de carreira da categoria.
O presidente da Assembleia
Legislativa, deputado Giovani Cherini (PDT), convocou para amanhã, às
11h, uma reunião extraordinária do colégio dos líderes a fim de tentar
um acordo que permita votar na próxima semana os projetos de reajuste
para a Brigada Militar.
Os projetos de lei da Segurança Pública
(48/2010, 49/2010 e 50/2010) foram remetidos ao Parlamento pelo governo
do Estado na semana passada. Eles garantem matriz salarial de R$ 180
milhões para este ano e de R$ 111 milhões em 2011; elevação da
contribuição para a previdência para 11% de forma escalonada; e o
pagamento de 19,9% de reajuste aos oficiais.