Contra o relógio
18/02/2010
Sem descontar os domingos e feriados, restam 47 dias para aprovar e
sancionar quaisquer projetos de aumento salarial para funcionários
públicos estaduais. Depois de 6 de abril, a Lei Eleitoral só permite
conceder a reposição da inflação, o que não satisfaz os servidores que
pleiteiam reajustes. Nessa corrida contra o tempo, o Piratini decidiu
apressar a votação dos projetos que estão na ordem do dia, enquanto o
líder do governo, Adilson Troca, negocia com as categorias que não
fecharam acordo no final de 2009.
Troca espera para os próximos
dias a aprovação do aumento de 33% para o vale-alimentação de todos os
servidores públicos, retroativo a 1º de junho de 2009. Para isso,
precisa convencer o PT a dar acordo. Os petistas resistem por acharem
muito baixo o valor do vale, mas o Piratini usa o argumento de que pior é
retardar o reajuste e aposta na aprovação.
Até o fim de
fevereiro ou nos primeiros dias de março devem ser aprovados os projetos
que reajustam os salários dos portuários, dos servidores de fundações e
dos remanescentes da antiga Caixa Econômica Estadual. Estão prontos,
ainda, os estudos para a reestruturação das carreiras no Daer. O projeto
deve ser encaminhado à Assembleia nos próximos dias em regime de
urgência.
Hoje ou segunda-feira, Troca deve se reunir com o chefe
da Casa Civil, Otomar Vivian, para tratar especificamente dos reajustes
para a área da segurança pública. O Piratini está disposto a manter a
proposta de aumentar de 10% para 15% o percentual do ganho fiscal para a
chamada “matriz salarial” e garantir R$ 87 milhões para reajustes na
área da segurança, no início de 2011, independentemente do resultado das
contas neste ano.
Em troca dessa garantia, e de um reajuste
maior para soldados e oficiais superiores, quer instituir a cobrança da
contribuição previdenciária em índice idêntico ao dos servidores civis,
ponto de discórdia que impediu a aprovação dos projetos em 2009. Os
brigadianos insistem em um aumento linear de 19% para todos os níveis, o
que o governo, por enquanto, considera inadmissível.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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