Apreendidas 15 toneladas de pirataria no Litoral Norte
10/02/2010
Operação simultânea em três cidades
praianas mobilizou 260 policiais civis, federais e militares
Com
a apreensão de quase 15 toneladas de produtos falsificados no Litoral
Norte, a polícia aprofundou a investigação sobre a atuação de um dos
braços da máfia chinesa no Estado. A Operação Corsário, deflagrada
simultaneamente em Tramandaí, Capão da Canoa e Torres, apura se os
trabalhadores asiáticos e os artigos oferecidos ilegalmente em lojas e
por camelôs têm relação com uma facção criminosa internacional.
Na
ação de ontem, 260 policiais civis, federais e militares cumpriram, com
acompanhamento do Ministério Público, 58 mandados de busca e apreensão
em estabelecimentos comerciais e imóveis utilizados como depósito de
materiais.
Em Capão da Canoa, de 24 vendedores conduzidos à
delegacia da Polícia Civil, 22 são chineses. Foram apreendidas cerca de
10 toneladas de produtos falsificados, que encheram dois caminhões-baú.
Em Torres, foram apreendidos mais de 2 mil tênis e 2 mil bonés, além de
bolsas e camisetas de marcas pirateadas. Os policiais tomaram depoimento
de 20 pessoas naquela cidade,
sendo quatro chineses. Na casa de um deles funcionava um depósito, que
guardava produtos falsificados e também R$ 6,4 mil. Em Tramandaí, foram
confiscadas cerca de 2 toneladas de produtos.
Material deve
ser doado a instituições sociais
Embora não tenham sido
presos, todos os envolvidos no comércio de produtos piratas foram
autuados por crimes contra a propriedade industrial e intelectual e
contra o consumidor. A delegada Patrícia Sanchotene Pacheco diz que os
vendedores assinaram um termo se comprometendo a comparecer em
audiências judiciais. A investigação começou em janeiro, dentro de uma
força-tarefa que envolve órgãos policiais e governamentais.
– A
máfia chinesa explora o trabalho escravo e o tráfico de entorpecentes e
de mulheres. Um dos braços é a falsificação, que pode estar atuando aqui
no Estado. Esse é o trabalho braçal da facção – explica o delegado
Ranolfo Vieira Júnior, diretor do Departamento Estadual de Investigações
Criminais (Deic).
No país, a máfia
chinesa se concentra em São Paulo. No Litoral gaúcho, a maioria das
lojas onde os produtos foram apreendidos tinha funcionários chineses ou
coreanos. Em alguns locais, a ação policial foi malvista pela população,
que se sensibilizou com os trabalhadores. As calçadas pararam para
acompanhar a movimentação.
– Até pode parecer uma atitude
antipática da nossa parte, mas esse comércio leva a uma sonegação brutal
de impostos, além de ser um crime contra a propriedade industrial,
intelectual e até contra a saúde, uma vez que não se sabe que materiais
são utilizados na confecção desses produtos – avaliou Luiz Carlos
Ziomkowski, subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais.
O
material apreendido será encaminhado à perícia e posteriormente
descaracterizado para ser doado a instituições sociais.
(Fonte: Zero Hora)
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