Piratini recorrerá ao Planalto para cumprir decisão do TCE
29/01/2010
Alvo
de medida que determina a fiscalização de estradas estaduais pedagiadas
devolvidas ao governo federal, o Palácio Piratini voltou a repassar o
problema à União. As autoridades gaúchas afirmam que só assumirão a
tarefa determinada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) se obtiverem
aval do Ministério dos Transportes.
Ontem, indagada sobre a
controvérsia durante a solenidade, a governadora Yeda Crusius questionou
a competência do órgão para tratar do assunto.
– O Tribunal de
Contas deve olhar para as ações que lhe competem. Sem dúvida, é
esquisito. Não vi nenhuma manifestação de que houvesse qualquer erro por
parte do Executivo em ter devolvido as estradas à União.
Preocupado
com a falta de controle dos serviços, o relator do caso, o conselheiro
Cezar Miola, resolveu determinar que o Estado fiscalizasse a malha
estadual na sexta-feira. A decisão dele tem validade imediata, mas ainda
pode ser mudada no plenário do TCE.
Apesar de o
Piratini afirmar que a devolução já se
concretizou no ano passado, o governo federal tem se recusado a receber
seis dos sete polos de pedágio concedidos no Estado, que envolvem cerca
de 1,6 mil trechos estaduais e federais. A questão é analisada no
Ministério dos Transportes.
– A intenção do conselheiro é muito
boa, porque abre a perspectiva de podermos fiscalizar aquilo que a União
se recusa. Mas, da forma como está aqui (na decisão), o Estado só
poderá fazê-lo se tiver autorização de quem hoje detém a gestão dos
contratos, que é a União – disse o secretário de Infraestrutura, Daniel
Andrade.
O conselheiro explicou ontem que há um “vácuo” na
fiscalização. Por essa razão, resolveu agir:
– O tribunal não
pretende discutir a denúncia do convênio (devolução de estradas).
Queremos resguardar o patrimônio público, principalmente o do Estado, e o
interesse dos usuários.
Intimidado a atuar, o presidente da
Agergs, Pedro Bisch Neto, diz que há equívocos no relatório que motivou
Miola a tomar essa decisão.
– Pode se
gostar ou não da denúncia (devolução de estradas), mas é um ato jurídico
perfeito. O fato de ter ocorrido isso afastou a nossa capacidade
regulatória – afirmou Bisch Neto.
Tire suas
dúvidas | O pedágio vai
aumentar? | Em dezembro, as
concessionárias anunciaram que não iriam aumentar as tarifas dos seis
polos envolvidos e aguardariam até uma definição do impasse. As empresas
ainda devem manter por algum tempo essa posição e esperar o fim do
empurra-empurra para executar os reajustes. | A fiscalização dos trechos será retomada? | O governo gaúcho ainda não decidiu se retomará a
fiscalização das estradas, que até agosto eram de responsabilidade do
Daer. A assessoria do órgão diz que está analisando a medida cautelar do
TCE e que, até ontem, não havia definição para retomar os trabalhos. As
concessionárias garantiram que os serviços e a manutenção dos trechos
não seriam prejudicados. | Com a
indefinição, as concessionárias poderão diminuir os serviços? | A
tendência é que não. Os atuais contratos de concessão estão valendo. Em
vista disso, as empresas precisam cumprir todas as exigências dos
contratos. A principal dúvida só se refere a quem fiscaliza as estradas. |
(Fonte: Zero Hora)
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