As
eleições gerais de outubro, embora distantes, já anunciam algumas
mudanças dadas como certas no Executivo e no Legislativo gaúcho. As
conversas ainda muito tímidas entre partidos aliados e governo já dão
lugar às especulações sobre possíveis saídas do primeiro escalão do
governo de Yeda Crusius (PSDB). Seis meses antes do pleito, secretários
que hoje ocupam cargos administrativos deverão entregar as pastas até o
dia 30 abril, segundo previsto no código eleitoral.
A data limite para a desincompatibilização pode gerar uma grande dor
de cabeça para o Piratini, que terá a difícil tarefa de montar o
quebra-cabeça do secretariado para não fazer a máquina parar durante o
ano eleitoral. Os candidatos concorrerão a novos mandatos ou tentarão
manter aqueles dos quais estão licenciados.
Ao menos dez secretários, além do próprio vice-governador, Paulo
Feijó (DEM), deverão entregar seus cargos nos próximos meses para
concorrer à Câmara dos Deputados, à Assembleia Legislativa ou ao Senado
Federal.
Apesar de ainda não confirmarem as intenções de suas candidaturas,
não há dúvida entre os aliados da necessidade que seus secretários
concorram ou mantenham seus mandatos, evitando assim a "dança das
cadeiras".
No governo, o PMDB deverá entregar até abril ao menos três
secretarias. Marco Alba (Habitação), Márcio Biolchi (Desenvlvimento e
Assuntos Internacionais) e Osmar Terra (Saúde) irão concorrer. Os dois
primeiros ao Parlamento gaúcho e Terra à Câmara Federal, onde tentará
manter a cadeira da qual está afastado.
Já o PP abrirá mão das
secretarias de Cultura e de Ciência e Tecnologia. Isso para que Mônica
Leal e Artur Lorentz conquistem um assento na Assembleia.
O PPS entregará duas secretarias. Paulo Odone (Copa) e Berfran
Rosado (Meio Ambiente). O objetivo do partido, além de manter o mandato
estadual de Odone, será conquistar mais uma cadeira na Câmara Federal
com Berfran.
O PTB entregará a Secretaria da Administração hoje ocupada por Elói
Guimarães. Segundo o partido, ele deverá concorrer a uma vaga no Senado
Federal. José Speretto (Turismo) também deixa o primeiro escalão para
tentar uma vaga como deputado estadual.
O vice-governador, Paulo Feijó, deve renunciar ao cargo para
concorrer a deputado federal. Ele confirma que até o dia 2 de abril não
ocupará mais o cargo. Filiado ao Democratas, em 2006, Feijó concorreu
ao lado da então candidata Yeda Crusius depois de um acordo firmado
entre PSDB e DEM. Na ocasião, abriu mão de uma candidatura ao Senado.