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Um novo pacto federativo

12/01/2010
Paulo Paim

Ao longo das últimas décadas, os municípios assumiram inúmeras responsabilidades da União e dos estados. Enquanto que, de maneira contrária, a sua participação no bolo tributário diminuiu. O governo federal abocanha 60% dos recursos. Os estados ficam com 25% e a municipalidade com 15%. Essa disparidade tem causado uma série de problemas para os prefeitos que vivem praticamente com o pires na mão.

Sempre quando tenho oportunidade eu falo que as coisas primeiro acontecem no interior. Lá nas terras distantes dos grandes centros, onde os cidadãos exigem do seu prefeito que o posto de saúde funcione adequadamente, que as escolas tenham mínimas condições de uso, que os professores sejam melhor preparados, que as estradas sejam bem cuidadas para o escoamento da produção.

Não é novidade alguma que o Congresso Nacional deixa a desejar quando a pauta é a revisão do pacto federativo brasileiro. Infelizmente, todos os anos a "casa do povo" posterga essa discussão para o ano seguinte, e assim por diante. Somos favoráveis a essa discussão, pois entendemos que é preciso que os recursos sejam melhor distribuídos e que as competências dos entes federados sejam definidas claramente.

Um novo pacto federativo deve efetivamente construir agendas sociais focadas na melhoria de vida e no bem-estar da população, com o devido corte das diferenças. Somos favoráveis à construção de um novo pacto federativo com responsabilidade social e que caminhe junto com políticas públicas efetivas contra as desigualdades sociais e regionais. É isso que queremos e lutamos.

Ao encontro de um novo pacto federativo está a proposta de emenda à Constituição (PEC 23/2005), de nossa autoria, que tem por objetivo regionalizar as discussões do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

A ideia é instituir um orçamento participativo nacional. Uma ideia que não é nova, mas que se justifica pela proposta democrática de assegurar a participação do cidadão. A melhor fórmula de gestão pública é aquela que inclui a participação popular no processo decisório. Um OP poderá evitar desvios de recursos, pois a população saberá o que e como fiscalizar.

É preciso ouvir mais a população, planejar um orçamento que inclua os seus anseios, que valorize o homem e o meio ambiente em programas de cidadania, inclusão, segurança pública e direitos humanos.

senador



(Fonte: Correio do Povo)

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