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Contas mais transparentes na Internet

05/01/2010
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 16 de dezembro, uma proposição que determina punições pela falta de divulgação na Internet de informações sobre contas de entidades e órgãos públicos federais. Todos os dados deverão estar acessíveis na rede mundial até 30 dias após a publicação oficial das informações.

O princípio da publicidade é um dos que constam de forma expressa na Constituição federal. Aliado ao da transparência, serve para nortear a prática da administração pública, a qual tem a obrigação de prestar contas ao contribuinte do que é feito com os recursos arrecadados. Nem sempre isso é observado, como se pode ver pelo episódio dos cartões corporativos usados por ministros e servidores ligados à Presidência da República. Na ocasião, determinados dispêndios não foram divulgados sob a alegação de que o sigilo era necessário em nome da segurança nacional. Até mesmo gastos prosaicos ficaram sob o guarda-chuva desse entendimento discutível.

O projeto que passou pela Comissão de Finanças deverá ainda ir à análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, responsável por chancelar a constitucionalidade da proposta, independentemente do seu mérito e conveniência. Trata-se de um substitutivo a outro projeto de lei sobre o mesmo tema, mas que foi relegado por conter impropriedades legislativas, como as de criar penalidades para outros entes administrativos, como estados, municípios e Distrito Federal.

A nova norma proposta modifica a Lei das Contas Públicas (9.755/98), a qual estabeleceu a criação de uma página na Internet, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), para divulgação de dados financeiros dos entes estatais. Também relaciona as punições para eventual cumprimento de suas determinações, como registro do órgão como inadimplente no sistema de controle, multa, rejeição da prestação de contas e suspensão da autoridade responsável até o saneamento da irregularidade.

A carga tributária no Brasil é excessiva. Trabalha-se cerca de três meses só para pagar tributos. Poder acompanhar os gastos públicos é o mínimo que se espera. Nesse sentido, a sensação que fica é que projetos como esse, de controle, já deveriam estar em vigor há muito mais tempo.


(Fonte: Editorial Correio do Povo)

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