O
procurador-geral do Ministério Público Especial junto ao Tribunal de
Contas do Rio Grande do Sul, Geraldo da Camino, e o conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado, Cézar Miola, defenderam maior integração
dos órgãos de controle para evitar desvios de dinheiro público, durante
reunião com os deputados participantes da CPI da Corrupção, nesta
segunda-feira.
"Precisamos ultrapassar a era do ofício; o crime organizado não faz
licitação para corromper", comparou Camino, para sugerir a criação de
um sistema único e integrado de dados da administração pública, que
poderia dar mais agilidade aos fiscalizadores.
O contador-geral do Estado, Roberval Silveira Marques, também
participou da sessão e lembrou que o principal problema da Contadoria e
Auditoria-Geral de Estado (Cage) é a falta de pessoal para analisar
mais de um milhão de empenhos e 328 mil prestações de contas por ano.
Sugeriu que os deputados aprovem a nomeação de mais servidores.
Camino, Miola e Marques foram convidados pelos integrantes da CPI a
apresentarem propostas para melhorar o controle sobre os gastos
públicos. As sugestões serão incorporadas ao relatório, que será votado
até o final de dezembro.
A CPI investiga se agentes públicos participaram das fraudes que
desviaram R$ 44 milhões do Detran entre 2003 e 2007 e de
irregularidades estimadas em R$ 300 milhões em licitações para
contratação de obras e serviços públicos no Rio Grande do Sul.
A base aliada da governadora Yeda Crusius (PSDB), vem rechaçando
todos os requerimentos para convocação de depoimentos de pessoas
próximas ao Executivo estadual desde que a CPI foi instalada, no final
de agosto.