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Discussão necessária

10/11/2009
Gerou polêmica a declaração do secretário Mateus Bandeira, do Planejamento, de que “cada real gasto com um desembargador será um real a menos para um brigadiano ou professor” e de que é preciso fazer “justiça com os que menos ganham” no setor público. Embora alguns membros do Judiciário tenham se sentido ofendidos com a manifestação, ela é saudável no sentido de dar transparência a um tema de interesse da sociedade, pois chama a atenção para deformações que só se mantêm ao longo do tempo justamente por falta de debate. Independentemente de que razão vá prevalecer, porém, o que importa no caso é a discussão sobre uma questão essencial como as razões que levam os salários da base a se distanciarem cada vez mais de categorias posicionadas no topo. O que é uma verdade que deve ser ressaltada é que os reajustes salariais de todos os servidores, independentemente do poder que integrem, saem da mesma fonte de receita, que são os impostos que os cidadãos carreiam para o Tesouro. E essa fonte é limitada.

Mais uma vez é a questão das diferenças salariais que coloca os poderes em atrito. Como em outras oportunidades nas últimas décadas, o cobertor curto do caixa estadual é insuficiente para cobrir as pretensões das distintas categorias funcionais, mesmo algumas das mais legítimas. Ficou repetitiva no Estado a afirmação de que categorias como a dos policiais militares ou a dos professores, ambas indispensáveis para que o poder público cumpra com algumas de suas funções essenciais, têm remuneração inadequada. É óbvio que a correção dessa situação deve estar entre as prioridades do poder público. É óbvio também que, face à escassez de recursos, caberá aos administradores posições políticas e gerenciais que levem em conta as distintas realidades, entre elas a extensão das defasagens, a necessidade de atender reclamos legítimos e, claro, a capacidade financeira do Estado. Compreende-se, por isso, a declaração do secretário Mateus Bandeira, do Planejamento, de que numa situação extrema como a que já vigora quando se compara a realidade salarial de algumas categorias mais bem pagas com outras menos aquinhoadas (e mais numerosas), o atendimento de todas as pretensões não é viável nem possível. Há opções a serem exercitadas.

É evidente que, num Estado democrático de direito, nenhum gesto deve ser feito para colocar poderes em confronto ou categorias profissionais em oposição. Aos poderes – para os quais a Constituição prescreve independência, mas também harmonia – cabe a responsabilidade de encaminhar uma negociação aberta e generosa para buscar equacionamento adequado, evitando-se atritos desnecessários. O papel da Assembleia Legislativa é crucial, pois é ela, como poder responsável pela aprovação do orçamento, que deverá definir, com coragem, discernimento e capacidade de diálogo, como o bolo orçamentário será dividido e como as diversas reivindicações serão enfrentadas.

O debate é necessário, mas precisa ser contido nos limites da civilidade, sem exageros corporativistas, sem preconceitos em relação às carreiras de Estado e sem tentativa de fomentar crise entre poderes.


(Fonte: Editorial Zero Hora)

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