Nos sindicatos, a indignação
06/11/2009
Há servidores insatisfeitos por acharem o aumento pequeno e outros que se revoltaram por não terem sido contemplados
Ao
propor o reajuste salarial para professores e policiais militares, o
governo não arrefeceu os ânimos dos sindicalistas que representam as
duas categorias. Mais do que isso: o anúncio causou indignação dos
servidores que ficaram de fora do pacote.
Segundo o presidente
da Associação de Cabos e Soldados, Leonel Lucas, o reajuste de 20% para
os soldados não é suficiente para tirar os gaúchos do último lugar no
ranking nacional de salários de policiais militares. Para deixar a
lanterna, o aumento teria de ser de, pelo menos, 40% – índice que
igualaria o vencimento básico do brigadiano ao do PM em início de
carreira no Rio de Janeiro, o penúltimo lugar do ranking.
– A
governadora sempre falou que iria dobrar o salário. Estamos esperando
que a promessa seja cumprida até o final do mandato – afirmou ele.
Descontentes
também ficaram as representantes do Cpers-Sindicato. Além de reclamar
que a proposta sequer foi apresentada à entidade, uma nota publicada em
seu site, minutos após o anúncio do reajuste, rechaçou o pagamento de
vencimentos adicionais, como o 14º salário, a partir da consideração de
metas de produtividade, a chamada meritocracia. A nota vai além: “O
projeto só pode ser encarado como uma forma de cortar direitos,
prometendo pagar prêmios para uma minoria, enquanto a imensa maioria
permanecerá com os vencimentos congelados’’.
Quem
ficou de fora do pacote também chiou ontem à noite. Ao saber que os
servidores representados pela Federação Sindical dos Servidores
Públicos do RS (Fessergs) não foram contemplados por aumentos, o
presidente da entidade, Sérgio Arnoud, foi pragmático:
– A
federação exige a reposição salarial de servidores do quadro geral e
dos técnicos-científicos. Demos prazo até o dia 19 ao governo.
Acreditamos que algo ainda virá. Caso contrário, não descartamos
protestos, paralisações e operações-padrão em diversos órgãos.
Representando mais de 50% do total de servidores estaduais, Arnoud classifica como
inadmissível enviar à Assembleia Legislativa
um projeto de lei que não preveja o aumento dos funcionários do quadro geral, que têm salário base fixado em R$ 279.
–
São servidores que precisam ganhar um complemento para não receber
menos do que o salário mínimo. É injusto deixá-los de fora. A defasagem
chega a 40% – explica Arnoud, que se mostrou ainda contrário à
remuneração por meritocracia.
(Fonte: Zero Hora)
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