Aumentos constrangem base aliada
05/11/2009
Projetos que beneficiam carreiras jurídicas provocam mal-estar na Assembleia e insatisfação nos servidores que ganham menos
Ao
manifestar publicamente apoio aos subsídios para defensores públicos e
procuradores do Estado, a governadora Yeda Crusius provocou desconforto
na base aliada e entre secretários, além de aumentar a insatisfação do
funcionalismo.
– Só promovem justiça salarial para quem já tem
salário justo – protesta o deputado Nelson Marchezan Jr., do mesmo
partido de Yeda, o PSDB.
Presidente da Comissão de Finanças,
Marchezan criticou ontem a postura da Assembleia ao aprovar, em dois
anos, nove projetos que aumentaram os altos salários – provocando um
impacto anual em torno de R$ 388 milhões ao cofres públicos.
Ele
é apenas um entre os aliados de Yeda que defendem prioridade ao
reajuste de categorias que ganham menos, como a Brigada Militar, o
magistério e o quadro geral do Estado (servidores de nível médio).
Também
da base governista, o deputado Nelson Härter (PMDB) afirma que deverá
votar contra os subsídios dos defensores e procuradores, ainda sem
previsão de ir a plenário:
– Chegamos a um ponto
insustentável, parece que as categorias de salários baixos nunca tem
vez. Sinto uma tensão generalizada aqui na Casa, em todas as bancadas.
Além
das propostas que beneficiam a Defensoria Pública e a
Procuradoria-Geral do Estado (PGE), outros três projetos tramitam na
Assembleia para reajustar os vencimentos de desembargadores, juízes,
procuradores e promotores de Justiça e conselheiros do Tribunal de
Contas do Estado.
Dentro do Piratini, também há certa tensão
referente à posição de Yeda. O secretário do Planejamento, Mateus
Bandeira, vinha afirmando em todas as entrevistas ser contra o reajuste
de altos salários. Nas últimas semanas, no entanto, apenas sustenta que
“a população já sabe qual é meu ponto de vista”, reconhecendo sobrar
menos dinheiro para as demais categorias.
Um técnico da Secretaria da Fazenda confirma a reprovação à postura da governadora:
– Foi inoportuna. Tivemos uma queda brusca na
arrecadação, e o pouco espaço fiscal deveria resolver a
questão dos brigadianos.
(Fonte: Zero Hora)
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