Menos imposto, mais emprego, por Cristiano Tatsch*
21/10/2009
Reduzir
impostos para estimular a atividade econômica é uma política
anticíclica consagrada entre as possíveis estratégias para recuperar
determinado mercado atingido por recessão econômica. Entretanto, ao
desenvolver um projeto permanente e gradativo de desoneração fiscal,
responsável e criterioso, pode-se contribuir para o estabelecimento de
um cenário sólido e favorável tanto para sustentar a atuação do mercado
quanto para resguardar mínima estabilidade à arrecadação do poder
público. Assim o faz Porto Alegre.
Vigora a partir desta segunda
quinzena de outubro na Capital a nova lei de incentivo fiscal proposta
pelo Executivo, que provavelmente terá a maior repercussão na economia
da cidade entre as cinco reduções já promovidas pela administração.
Aprovado pelos vereadores porto-alegrenses e sancionado pelo prefeito
José Fogaça, o projeto define redução da alíquota do Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para as empresas de call center,
um dos setores que mais empregam no país.
O benefício tem como propósito central alavancar a geração de empregos
em Porto Alegre, porque condiciona o desconto no imposto ao número de
vagas de trabalho. Quanto mais profissionais a empresa tiver atuando no
seu quadro, maior será o abatimento na alíquota, que pode decrescer de
5% para até 2%. A estratégia do governo é estimular a expansão das
empresas já instaladas na nossa cidade e criar um cenário favorável
para a atração de novos empreendimentos. O setor já sinalizou a geração
inicial de aproximadamente 3 mil empregos até o próximo ano, estimulado
também pelo nível de qualificação da população local.
Assim
como os call centers, já foram beneficiadas pelo projeto de redução de
alíquotas, desenvolvido a partir de 2005, as áreas de consultoria e
projetos de engenharia, publicidade e propaganda, recauchutagem de
pneus e saúde. São providências simples e viáveis, desde que
construídas com base no amplo diálogo junto à Câmara Municipal e com o
comprometimento da iniciativa privada, que assume o risco de retomar em
prazo determinado o nível de arrecadação gerado por cada setor. Dessa
forma, as medidas atuam como aliadas da prefeitura no cumprimento do
seu papel de catalisadora do crescimento e de formuladora de políticas
públicas de longo prazo.
*Economista, secretário da Fazenda de Porto Alegre
(Fonte: Zero Hora)
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