Cenário pronto para livrar Yeda do impeachment
20/10/2009
Oposição fustigou aliados ontem na CPI, mas maioria de governistas deverá sepultar afastamento
Atormentada
com a iminência do arquivamento do pedido de impeachment contra a
governadora Yeda Crusius – previsto para hoje, em votação no plenário
da Assembleia –, a oposição bem que tentou pressionar os governistas
ontem, em sessão da CPI da Corrupção.
Deputados do PT voltaram à
carga contra os aliados ao apresentar áudios levantando suspeitas
contra o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, além de supostas
contradições do deputado José Otávio Germano, réu na ação por
improbidade administrativa que tramita em Santa Maria.
A
estratégia de desgastar o governo perante a opinião pública pouco muda
o cenário para Yeda. Depois de ter seu nome retirado da ação por
improbidade, verá seu processo de impeachment enterrado esta tarde – a
base aliada tem maioria para votar na Assembleia. O único foco de
investigação do governo, portanto, passa a ser uma CPI já engessada
pelos deputados governistas.
Na sessão de ontem, opositores
divulgaram uma interceptação telefônica em que Otomar, um dos nomes
mais fortes do governo, conversa com Antônio Dorneu Maciel, ex-diretor
da CEEE, réu na Operação Rodin. No diálogo, de 31 de outubro de 2007,
Otomar, em tom de comemoração, pergunta se Maciel está “com tudo na mão
para fazer o trabalho”. Do outro lado da linha, o ex-diretor da CEEE dá
uma resposta interpretada pela oposição como uma referência a propina:
“Isso, isso! Ficha com o cartão de crédito”. Otomar, no áudio, diz que
dará uma “bomba” em José Otávio.
– Otomar precisa explicar a intimidade com envolvidos na Rodin – diz o deputado Elvino Bohn Gass (PT).
–
Eles tentam me atingir pessoalmente para fragilizar o governo. Maciel
era tesoureiro do PP, o Marco Peixoto, líder da bancada (na
Assembleia), e o José Otávio, o deputado federal mais votado do PP –
defende-se Otomar.
Segundo o secretário, a “bomba” era tentar
mobilizar a executiva do partido para que o deputado federal fosse
candidato a prefeito de Porto Alegre.
(Fonte: Zero Hora)
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