O
vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM) confirmou que vai prestar
depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga
irregularidades praticadas por agentes públicos do Estado, a convite da
bancada de oposição ao governo de Yeda Crusius (PSDB), no dia 26 de
outubro.
"Os democratas defendem investigações no governo
federal e aqui; é nosso dever dar transparência à vida pública",
afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (14), quando prometeu
contar o que sabe e apresentar os documentos que tem no foro adequado,
inclusive à CPI. "Eu tenho coisas a agregar e a colocar à disposição,
se me for perguntado", ressaltou.
Feijó também disse desconhecer
qualquer articulação de golpe no Rio Grande do Sul. No sábado (10), a
governadora tucana desistiu de viajar aos Estados Unidos, quando já
estava em São Paulo, e resolveu retornar ao Estado, alegando que, na
sua ausência, poderia ser vítima de uma tentativa de destituição.
O
vice-governador lembrou que já assumiu o cargo por três vezes no ano
passado limitando-se a cumprir a agenda preparada pela titular. Revelou
ainda que avisou à Casa Civil que, se for exigência pessoal de Yeda,
ele pode viajar para fora do País cada vez que a governadora se
ausentar, para não assumir o cargo, desde que seja avisado a tempo.
Embora
não soubesse da viagem de Yeda, Feijó estava no Uruguai no sábado (10)
e só voltou ao Rio Grande do Sul na terça-feira (13). "No meu entender,
é uma paranoia usar o termo 'golpe'", ressaltou. E concluiu que, se
fosse o caso, uma decisão de afastamento da governadora só poderia ser
tomada pela Assembleia ou pelo Judiciário.
O vice-governador
avaliou ainda que falar em tentativa de golpe é tentar tirar o foco das
investigações de corrupção em andamento no Estado.
Nesta quarta, a 4ª Turma do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região excluiu a governadora Yeda de ação
por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal. De acordo com a instituição, governadora deve ser julgada pela Assembleia Legislativa.