Em meio a tumulto, aliados barram impeachment
09/10/2009
Sem a presença da oposição, governistas aprovaram relatório que segue agora para o plenárioAliados
de Yeda Crusius tiveram na noite de ontem uma primeira vitória na queda
de braço com a oposição em torno do pedido de impeachment da
governadora.
Por 16 votos favoráveis e nenhum contrário, os
governistas aprovaram na comissão especial que examina o assunto o
relatório da deputada Zilá Breitenbach (PSDB) que recomenda o
arquivamento do pedido. Depois de tentar frear a sessão, os deputados
de oposição se retiraram do plenarinho da Assembleia, onde a reunião se
realizou. Ao término da votação, deputados aliados e o público presente
comemoraram o resultado.
A previsão é de que o processo seja
enterrado no dia 20, quando deve ser submetido ao plenário, onde os
governistas também são maioria. Os momentos que antecederam a votação
do parecer foram marcados por intenso bate-boca. Das galerias do
plenarinho, integrantes do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais
gritavam palavras de ordem.
Logo nos primeiros minutos da
sessão, às 18h8min, quando o presidente da comissão, Pedro Westphalen
(PP), tentou encaminhar a ordem do dia, a oposição reagiu com questões
de ordem e discursos exaltados. Os oposicionistas usaram o regimento da
Assembleia para tentar travar os trabalhos. Questionaram a
representatividade de Carlos Gomes, que trocou o PPS pelo PRB. Com o
troca-troca, segundo parecer da Procuradoria-Geral da Assembleia, o PPS
deixou de estar representado na comissão – o que contraria a legislação
sobre impeachment, segundo a qual todos os partidos com assento no
Legislativo devem ter integrantes no grupo. A fim de contornar a
polêmica, o PPS, que apoia Yeda, cedeu o posto a Gomes.
Em
meio a gritos de “ladra” e “quadrilha” por parte de servidores, a
sessão foi interrompida por 20 minutos. Depois de uma hora e meia de
embate, os 11 deputados da oposição se retiraram da sessão. Após trocar
ofensas com Alceu Moreira (PMDB, Raul Pont (PT) informou que será
apresentado um relatório paralelo no dia da votação em plenário. Mais
tarde, o PT comunicou que ingressaria na Justiça contra o relatório.
Depois da aprovação do seu relatório, em meio à
comemoração de simpatizantes de Yeda que permaneciam nas galerias, Zilá
declarou:
– Quero tranquilizar a sociedade gaúcha de que temos segurança naquilo que a gente faz.
Durante
o dia, houve tensão em Porto Alegre. Ainda na noite de quarta-feira, o
policiamento foi reforçado nas imediações da casa da governadora.
Durante a madrugada, a Brigada Militar bloqueou o tráfego em frente ao
local temendo protestos. À tarde, manifestantes realizaram passeatas
pelo Centro pedindo a saída da governadora.
(Fonte: Zero Hora)
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