Ruim para todos
06/10/2009
Os
resultados da pesquisa do Ibope, que confirmam uma imagem profundamente
negativa da administração Yeda Crusius, são preocupantes para todos os
gaúchos. Mais do que retratar os efeitos dos equívocos políticos e
administrativos de que o governo é acusado, a pesquisa mostra uma perda
de apoio que torna frágil a sustentação popular da governadora.
Independentemente dos desdobramentos que venham a ocorrer nos processos
que tramitam na Justiça Federal, na ação de impeachment que foi aberta
na Assembleia ou nas investigações da CPI, existem evidências que
complicam ainda mais a situação, a começar pelo peso das acusações, que
sobressai em relação aos fatores positivos do governo, e pela rejeição
constatada na pesquisa. Esses fatos tornam delicado o momento político
e institucional do Estado e exigem ações marcadas pela responsabilidade
por parte dos vários atores envolvidos, incluindo-se aí os partidos
políticos que precisam ser coerentes e maduros na apreciação do
presente e na formulação dos passos futuros. Mas não há dúvida de que o
principal alvo da indignação manifestada pelo público é a própria
governadora.
O
retrato que emerge da pesquisa, ao lado das preferências eleitorais ou
da avaliação de desempenho, mostra uma relação de problemas que aguarda
a ação dos poderes públicos. Os gaúchos têm como suas preocupações mais
urgentes temas como saúde, segurança pública, emprego, educação,
estradas e corrupção, pela ordem, além de outras. Diante da gravidade
dessas questões, é compreensível a preocupação que os cidadãos
demonstram ao se defrontarem com uma agenda política degradada por
acusações e suspeitas nas quais a ética no trato da coisa pública é a
vítima mais frequente. O Rio Grande revelado na pesquisa está mostrando
inequivocamente suas insatisfações com o que está acontecendo e, ao
mesmo tempo, está apontando as questões que deseja que seus governantes
enfrentem. Está revelando o que quer e o que não quer. O recado da
sociedade é claro e a governadora precisa entendê-lo como tal, sem
atribuí-lo a intrigas da oposição ou a armações políticas.
(Fonte: Zero Hora)
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