Protocolada
na 3ª Vara da Justiça Federal de Santa Maria no dia 5 de agosto, a ação
civil pública de improbidade administrativa contra a governadora Yeda
Crusius e outros oito aliados está suspensa desde sexta-feira.
Na
prática, a estratégia da defesa do deputado federal José Otávio Germano
(PP), que questiona a imparcialidade da juíza Simone Barbisan Fortes
para julgar o caso, não tem nenhum efeito sobre a ação. Concede, porém,
mais prazo de defesa para os nove réus.
No dia 8, o advogado do
parlamentar, José Antonio Paganella Boschi, ingressou com um
instrumento jurídico chamado exceção de suspeição (veja quadro nesta
página). O mecanismo suspende automaticamente o processo até o término
da análise.
A defesa de José Otávio levantou dois aspectos que
comprometeriam a atuação da juíza no processo: negativa de acesso do
deputado ao inquérito da Operação Rodin, em abril de 2008, e falta de
parcialidade da juíza para analisar a ação depois que divulgou suas
posições sobre o caso em um documento de 171 páginas em que justifica a
decisão de bloquear os bens de cinco réus, entre eles José Otávio.
Quando
o inquérito da Rodin – que investigou a fraude no Detran – foi para a
Justiça de Santa Maria, o deputado pediu para obter cópias dos
documentos que compõem o processo. À época, a juíza negou o pedido,
argumentando que o caso tramitava em segredo de Justiça e que o
deputado não constava como investigado na ação criminal. O advogado
disse que as mesmas provas que embasaram a ação criminal na ocasião
serviram agora para formular a ação civil de improbidade.
– Isso nada tem a ver com a dignidade pessoal e competência profissional da juíza. É um jogo processual – argumentou Boschi.
Simone
não quis se manifestar. A diretora de secretaria da 3ª Vara Federal,
Francisca Pereira de Campos, explicou que a suspensão não depende de
decisão da juíza, mas sim é uma disposição da lei. A assessoria não
soube informar quando haverá decisão.