O processo de impeachment da governadora Yeda
Crusius (PSDB) começou a tramitar ontem na Assembleia Legislativa, a
partir da leitura em plenário da denúncia por crime de responsabilidade
e da justificativa do acolhimento do pedido pelo presidente da Casa,
deputado Ivar Pavan (PT). Os deputados Nelson Härter (PMDB) e Cassiá
Carpes (PTB) se revezaram para ler as 23 páginas do documento,
destacando 26 pontos que, segundo o presidente da Assembleia, indicam
que a governadora Yeda Crusius tinha conhecimento de irregularidades. O
parlamentar embasou sua decisão no conjunto de provas da ação do
Ministério Público Federal (MPF), como depoimentos, áudios, documentos
bancários e fiscais que estão sob sigilo. Após a sessão plenária,
Pavan disse esperar que a Comissão Especial que vai apreciar o pedido
de impeachment não politize a decisão. Para ele, os deputados devem se
orientar pelo conteúdo da ação do MPF. Ele aconselha a Comissão
Especial a solicitar à juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara da
Justiça Federal de Santa Maria, uma cópia da ação do Ministério Público
Federal para decidir o destino do processo. 'A decisão deve ser tomada
com responsabilidade e não deve ser tratada como tema de oposição ou
base aliada', defende Ivar Pavan.
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ALEXANDRE MENDEZ |
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Pavan apresentou os argumentos, lidos por dois deputados, para justificar o impeachment
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