Quadrilhas especializadas em roubo de cargas atacam
caminhoneiros que trafegam por rodovias de São Paulo, Minas Gerais e
Mato Grosso – de acordo com levantamento da Subcomissão dos
Caminhoneiros Desaparecidos, da Assembleia. Segundo os dados,
divulgados ontem, a cada dia um gaúcho é alvo das ações criminosas
nesses trechos. 'Os motoristas são sequestrados e libertados depois que
os delinquentes dão sumiço nas mercadorias que transportam', sintetizou
o deputado Francisco Appio (PP). No Estado, apesar de não haver
estatísticas oficiais, a estimativa é que três caminhoneiros sejam
assaltados a cada dia.
De acordo com o capitão Alexandre Pinheiro, do Comando Rodoviário da
Brigada Militar, entre janeiro de 2007 e julho de 2009 foram
registradas 1.060 ocorrências de furtos e roubos envolvendo
caminhoneiros nas áreas urbanas e nas rodovias. Ele defendeu a
necessidade de criação de um banco de dados integrado, que reúna os
registros policiais envolvendo o transporte de cargas. A medida
facilitaria o mapeamento de trechos críticos, a fiscalização e o
incremento de ações preventivas e repressivas.
O presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS/SC, Éder
Dal’Lago, lamentou que muitos profissionais não recorram à Polícia
quando são vítimas de algum crime. 'Até o furto de estepes deveria
chegar ao conhecimento das autoridades.' Dal’Lago lembrou que as
quadrilhas especializadas em roubo de cargas atuam de forma organizada.
'As investidas são planejadas, o que dificulta a desarticulação dos
grupos criminosos.' Segundo Dal’Lago, dez profissionais gaúchos
desapareceram na década de 90, provavelmente vítimas de assaltos.
Levantamentos da ONG SOS Caminhoneiro indicam que, em 2008, 12 mil
furtos e roubos de carga foram registrados no país – com prejuízo
superior a R$ 600 milhões. O deputado Appio prometeu recorrer à
Secretaria Estadual da Fazenda para discutir mecanismos que possam
aperfeiçoar a inspeção das cargas na divisa com Santa Catarina. 'As
atenções normalmente estão voltadas à fiscalização das mercadorias e
não à origem da carga', justificou Elton Nietiedt, presidente do
Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Rio Grande do Sul.
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MATEUS BRUXEL |
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Nietiedt, Appio, Dal’Lago e capitão Pinheiro avaliaram o problema
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