Orçamento realista
07/09/2009
O feriado de 7 de Setembro será de trabalho para a equipe
encarregada de elaborar a proposta de orçamento para 2010 que o governo
encaminha à Assembleia no dia 15 de setembro. Sob o comando do
secretário do Planejamento, Mateus Bandeira, os técnicos tentam fazer
as despesas caberem na receita prevista para o próximo ano. A parte
mais difícil é negociar com os secretários os cortes nos investimentos
que planejavam executar no último ano de governo.
O princípio do
orçamento realista está preservado: não haverá previsão de receitas
fictícias para fingir que o governo está cumprindo com todas as
obrigações. Com a queda na arrecadação e o aumento vertiginoso das
despesas de pessoal, será impossível alcançar a meta de aplicar 10% da
receita corrente líquida em investimentos. Se o governo conseguir
repetir os investimentos previstos para este ano – e que não serão
executados integralmente –, o Estado já estará no lucro.
A
redução no ritmo das obras é a pior notícia para os secretários e
deputados da base aliada, que esperavam chegar ao ano eleitoral de 2010
com realizações para mostrar na campanha. A lógica do déficit zero é
exatamente comprimir despesas de custeio para que sobrem recursos para
investir. O ajuste fiscal em si não tem apelo eleitoral nem sentido
político.
Na raiz da explosão dos gastos com pessoal estão ritmo
acelerado do pagamento das chamadas leis Britto, a implantação dos
subsídios e o crescimento vegetativo da folha de pagamento. A luz
vermelha se acendeu entre os xerifes do ajuste fiscal com o projeto dos
subsídios para os procuradores, já que na justificativa a governadora
Yeda Crusius diz que é inconcebível o tratamento diferenciado entre as
carreiras jurídicas do Estado. Com as pressões de outras categorias por
reajustes ou por subsídios, existe o risco de o governo perder o
controle da situação e não conseguir manter déficit zero conquistado em
2008.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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