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Ameaça ao contribuinte

24/08/2009
Em meio ao temor de uma segunda onda da pandemia de gripe A, admitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os brasileiros podem ser surpreendidos com a volta de um velho imposto, extinto no final de 2007, com outra denominação. Trata-se da Contribuição Social para a Saúde (CSS), aprovada em junho de 2008, junto com a regulamentação da Emenda 29, que define as regras de investimentos em saúde pública pelas diferentes instâncias da federação. Assim como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a nova taxa surge com o compromisso de financiar uma causa nobre e tem a vantagem de se constituir numa forma moderna de arrecadar, com baixo custo e pouca margem para sonegação. Nada disso, porém, atenua o fato de que, mais uma vez, o governo tenta resolver um problema simplesmente transferindo a conta para o contribuinte.

Dificilmente a oposição, que se aproveitou de um descuido do governo para eliminar a CPMF, admitiria com facilidade a volta do tributo, ainda que desta vez com uma alíquota menor, de 0,1%, percentual fixado antes em 0,38%. Favorável à alternativa como forma de assegurar os recursos necessários para financiar o Sistema Único de Saúde (SUS), o ministro José Gomes Temporão já teria assegurado o apoio de seu partido, o PMDB, para aprovar a medida na Câmara. Secretários estaduais da Saúde, permanentemente às voltas com a escassez de recursos, também defendem o novo tributo. Os brasileiros, porém, têm razões de sobra para desconfiar se essa seria a única e a melhor alternativa para custear uma área essencial.

As estimativas iniciais indicam que, se aprovado, o substituto da CPMF poderia garantir cerca de R$ 10 bilhões anuais para o poder público – 40% do total destinado à União, enquanto Estados e municípios ficariam com uma idêntica parcela de 30%. A questão é que os contribuintes brasileiros já trabalham hoje mais de quatro meses por ano só para arcar com os compromissos com o Tesouro nas três instâncias da federação. E só os reajustes concedidos a servidores federais deverão ter um impacto de R$ 20 bilhões no Tesouro só neste ano. E nada garante que, apesar das promessas, os recursos arrecadados com a CSS sejam destinados exclusivamente para a saúde. Experiências anteriores deixaram evidente que a tendência é acabarem servindo para reforçar o caixa do Tesouro. Um pouco mais de comedimento nas vantagens para o funcionalismo, portanto, e mais rigor no controle de gastos de custeio tornariam dispensável o novo imposto.

Num país com tantas carências e desigualdades como o Brasil, saúde e educação deveriam merecer sempre tratamento prioritário por parte do poder público, a começar pelas verbas. Por isso, os contribuintes precisam acompanhar muito de perto os desdobramentos desta ameaça, para evitar que ela se concretize.

(Fonte: Editorial Zero Hora)

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