O procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
encaminhou na terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para
ter acesso às provas e aos anexos do processo ajuizado pelo Ministério
Público Federal (MPF) contra a governadora Yeda Crusius e mais oito
agentes públicos. A informação foi dada pelo procurador, ontem, em
Brasília, a uma comitiva gaúcha liderada pelo presidente da Assembleia
do Estado, Ivar Pavan, e pelo presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia.
Segundo os interlocutores, Gurgel disse que aguarda cópia completa da
ação do MPF gaúcho para formar convicção sobre as denúncias e decidir
qual decisão tomará à respeito. Depois de receber o material, o
procurador pode arquivar o processo, ingressar com uma denúncia ou
ainda pedir nova investigação.
Segundo Pavan, Gurgel disse estar convencido de que, de fato, 'se
formou no Estado um esquema criminoso para desviar dinheiro público'.
Lamachia destacou a pluralidade do movimento que foi a Brasília. 'Além
de querer transparência e direito à informação, quero que as pessoas
denunciadas nesse processo possam exercer na plenitude seu direito
constitucional à ampla defesa', acrescentou.
O procurador pediu prazo de algumas semanas, no máximo um mês, para
responder que caminho adotará a partir da análise dos processos e
provas que tramitam na procuradoria e em diversas instâncias. Fizeram
parte também da comitiva os senadores Pedro Simon (PMDB) e Paulo Paim
(PT), o líder da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados, Beto
Albuquerque (PSB) e a deputada estadual Zilá Breitenbach (PSDB).
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EDISON GASTÊNCIO / ESPECIAL / CP |
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Comitiva gaúcha se reuniu com Gurgel (terceiro da dir. para a esquerda) em Brasília
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