Após
a recusa do líder da bancada do PSDB, Adilson Troca, em assumir o posto
de relator da CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa, os tucanos
indicaram ontem para a função o deputado Coffy Rodrigues, um dos
principais defensores da governadora Yeda Crusius.
Apesar de
haver uma tradição na Casa que assegura a vaga de relator a um
parlamentar governista, quando a presidência é ocupada pela oposição, o
nome de Coffy ainda precisa ser aprovado em votação pelos integrantes
da CPI. Os aliados de Yeda deverão ter ampla maioria– oito dos 12
titulares– contra apenas quatro da oposição. Por essa razão, tendem a
confirmar o tucano na relatoria.
Como foi a primeira a assinar o
requerimento de criação da CPI, a deputada Stela Farias (PT) será a
presidente. A comissão deve ser instalada na próxima semana.
Não
foi fácil encontrar deputados na base aliada disponíveis para serem
titulares da comissão. Entre as preocupações dos aliados, está a tarefa
de defender o Palácio Piratini em ano pré-eleitoral correndo o risco de
serem surpreendidos pela divulgação de novas suspeitas contra a
administração. Outro receio é o tempo gasto na comissão, o que
restringirá a agenda eleitoral no Interior.
O
Executivo tenta convencer parlamentares comprometidos com a gestão a
participar da CPI. No PTB, por exemplo, o Executivo pressiona Iradir
Pietroski, mas hoje deve ser confirmado Abílio dos Santos. Em viagem, o
líder do governo, Pedro Westphalen (PP), foi surpreendido pela
indicação. Indagado se a maioria governista paralisará a CPI,
Westphalen respondeu:
– O que está ocorrendo em Brasília? Teve 68 requerimentos (na CPI da Petrobras) e nenhum passou lá.