A Polícia Federal (PF) do Rio Grande do Sul
indiciou ontem à tarde a assessora pessoal da governadora, Walna
Vilarins Meneses, por formação de quadrilha e corrupção passiva. Com
depoimento marcado para às 15h, Walna chegou minutos antes e entrou
pela garagem da sede da PF para evitar o assédio no lado de fora do
prédio. Na sala onde prestaria esclarecimentos, Walna preferiu o
silêncio.
Conforme o advogado Norberto Flach, que faz a defesa da assessora,
havia a informação de que o delegado já tinha tomado a decisão de
indiciá-la. 'O silêncio dela foi em decorrência do indiciamento',
ponderou. Segundo ele, parte do inquérito, que tem pelo menos 400
páginas e faz parte da Operação Solidária, é baseada em transcrições de
diálogos entre Walna e Neide Bernardes. 'Não há nesse inquérito
qualquer assunto relacionado com licitação, construção de estradas ou
barragens', disse. De acordo com Norberto, a defesa respeita a decisão
do delegado. No entanto, alega que ela se dá mais por especulação do
que por elementos. 'Li o inquérito e não encontrei elementos para
confirmar essas informações', destacou. Norberto contestou ainda a
forma como ocorreram as transcrições dos áudios entre as duas, mas
garantiu que continuará acompanhando as investigações. 'Não há
transcrição total dos diálogos. Existem apenas trechos das conversas
editados', acrescentou.
O superintendente da Polícia Federal no Estado, Ildo Gasparetto,
ressaltou que a PF abriu investigação no dia 27 de julho a pedido do
Ministério Público Federal (MPF). Segundo Gasparetto, o delegado
responsável pelo caso tem até o dia 25 de agosto para apresentar o
relatório ou pedir mais tempo para o MPF a fim de concluir as
investigações. Na lista de indiciados do inquérito constaria ainda mais
três nomes, além de Walna.
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Walna (D) ocupa cargo no Piratini desde 2006
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