Um ano quase perdido
17/08/2009
Com a perspectiva de o Legislativo passar o resto do ano envolvido
com uma CPI e paralelamente discutir o pedido de impeachment de Yeda
Crusius, secretários leais à governadora trabalham para evitar a
paralisia da máquina pública e, ao mesmo tempo, impedir que o ajuste
fiscal desande. A queda de mais de R$ 500 milhões na receita, em
relação ao valor orçado para este ano, disparou o alerta nas
secretarias da Fazenda e do Planejamento.
A queda na arrecadação
não tem relação com a crise política, mas se apresenta como um desafio
a mais para o governo Yeda. Parceiros no controle dos gastos, os
secretários Ricardo Englert (Fazenda), Mateus Bandeira (Planejamento) e
Erik Camarano (Governo) se desdobram para convencer os colegas de que
não adianta pedir suplementação orçamentária. Não há dinheiro.
Praticamente todos os dias é preciso dizer não a demandas por aumentos
salariais, diretos ou disfarçados na forma de reestruturação dos planos
de carreira.
Depois da ação do Ministério Público Federal,
ninguém acredita que haja clima para aprovar as mudanças nos planos de
carreira, com a instituição de novidades como a remuneração por
desempenho, que deveriam ser a marca de 2009. Se antes da crise a
aprovação já era difícil, agora os líderes dos partidos aliados
consideram impossível aprovar qualquer projeto polêmico, como as
mudanças na previdência dos servidores públicos.
Para afastar a
sensação de que 2009 será um ano perdido, os secretários tentam
trabalhar à margem da crise. A Secretaria da Justiça, por exemplo,
lançou medidas de combate à pobreza e unidades de semiliberdade para
adolescentes infratores. A Infraestrutura já apresentou três propostas
para acelerar o ritmo de obras.
Para os próximos dias, afirmam
secretários, um conjunto de medidas importantes será anunciado,
inclusive na temida área da reforma das carreiras.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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