O
chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, admitiu ontem que as mudanças
na “equipe palaciana”, anunciadas por ele há um mês, ficaram na esfera
“das relações”, sem interferir na troca de pessoas que ocupam cargos no
governo, como era esperado.
Antes da ação do Ministério Público
Federal (MPF), era dado como certo o afastamento de alguns assessores
da governadora Yeda Crusius: o chefe de gabinete, Ricardo Lied -
envolvido no episódio que resultou no afastamento do ex-diretor do
Detran Sérgio Buchmann -, e Walna Vilarins Meneses, uma das nove
pessoas que o MPF denunciou à Justiça por improbidade administrativa.
No
secretariado, também cogitava-se a saída de Rogerio Porto, da
Irrigação, e de Marco Alba, da Habitação. Ontem, Wenzel disse que o
remanejamento da equipe não ocorrerá. “As modificações foram nas
questões que envolvem a Casa Civil, numa mudança de atitude com relação
aos parlamentares”, justificou.
O chefe da Casa Civil citou
alterações no encontro do conselho político, às segundas-feiras. Disse
que, diante da crise, o governo irá apostar nas conversas individuais
com a base, a exemplo do que aconteceu na segunda-feira, quando Yeda
fez uma série de reuniões as bancadas aliadas.
“Vamos ter esta
sequência: conselho político, reuniões com as bancadas, conversas
individuais. Sempre buscando proximidade e interação, com respeito
total a independência e harmonia dos poderes”, explicou.
Sobre a
instalação da CPI da Corrupção na Assembleia, Wenzel disse que a
orientação do governo é agir quando demandado, sem interferir na
autonomia dos deputados. “O Executivo vai participar naquilo que lhe
cabe”, afirmou, ao apostar que os governistas conseguirão maioria na
comissão.
Com respeito ao vazamento de informações contidas na
ação do MPF, Wenzel sustentou que o Palácio tem uma equipe de advogados
analisando o documento e que caberá a ela responder sobre as questões.