O presidente da Assembleia, Ivar Pavan, recebeu formalmente, ontem, o pedido de instalação da CPI da Corrupção. O documento, que estava engavetado há mais de um mês por não ter atingido as 19 assinaturas necessárias, foi protocolado com o apoio de 39 deputados, incluindo aliados do governo. Conforme cálculos da deputada Stela Farias (PT), que presidirá o processo, a comissão poderá ser instalada perto do dia 20 deste mês. 'A CPI se torna cada vez mais necessária, porque ainda há muito que investigar. Infelizmente, o que se tornou público esta semana é a ponta de um iceberg. Existem focos de corrupção também na Corsan, na CEEE e no Daer', adiantou a deputada.
A ação do MPF, que empurrou deputados indecisos ou comprometidos com o governo a assinar a CPI, também poderá servir de subsídio para as novas investigações na Assembleia. Hoje, Ivar Pavan vai a Santa Maria para reunir-se com a juíza Simone Barbisan Fortes para solicitar cópia da ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal.
As 1.236 páginas com o conteúdo de 20 mil ligações telefônicas e centenas de depoimentos, segundo os procuradores, comprovariam o envolvimento da governadora e de outras oito pessoas no desvio de R$ 44 milhões do Detran. Pavan vai, ainda, reforçar o pedido de quebra do sigilo da ação 'para que também a sociedade tenha acesso'. A ação do MPF e a postura dos seis procuradores foi contestada ontem pela governadora. Yeda Crusius anunciou que vai apresentar queixa contra os procuradores do MPF ao Conselho Superior da instituição e apelou por apoio aos aliados do governo.