Provas definirão o futuro
07/08/2009
A medida do comprometimento dos secretários e dos partidos aliados
do governo Yeda Crusius será dada pelo conteúdo da ação civil de
improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal. Se
os elementos apresentados contra a governadora forem frágeis, os
secretários técnicos continuarão nos cargos e a base política, mesmo
enfraquecida, terá condições de se recompor. Se os procuradores tiverem
encontrado provas contundentes do envolvimento de Yeda com a fraude do
Detran, a debandada será inevitável.
Por enquanto, a avaliação
dos secretários é de que não é o momento de abandonar o governo. Sair
agora soaria como prejulgamento ou deslealdade. Os secretários estão
tentando manter a rotina e as atividades, para não permitir que a crise
pare a máquina. Uma das preocupações é assegurar a manutenção do ajuste
fiscal em um cenário de queda na arrecadação de ICMS: a receita do
Estado, até agora, está mais de R$ 500 milhões abaixo do previsto no
Orçamento.
Embora o PMDB tenha marcado para a próxima
quinta-feira uma reunião para discutir como irá se posicionar diante da
crise, o que vai definir a saída ou não do governo antes do final do
ano é o conteúdo das acusações. O senador Pedro Simon admitiu ontem que
a manifestação do MPF deve antecipar a saída do governo, prevista
inicialmente para o início de 2010:
– Chegou o momento de sair. E não é para ir para a oposição. Temos de começar a nossa caminhada.
Simon
não fala pelo conjunto do PMDB. A ala liderada pelo deputado Eliseu
Padilha, padrinho do secretário da Habitação, Marco Alba, sempre foi
mais próxima de Yeda do que o senador. Até quinta-feira, o conteúdo da
ação já será de conhecimento dos partidos, porque a juíza Simone
Barbisan Fortes autorizou os advogados dos nove citados a consultarem o
documento.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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