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Até aliados correm para assinar a CPI

07/08/2009

Depois de garantida com a chancela de três parlamentares do PDT, CPI ganha mais 19 assinaturas de siglas que apoiam Piratini

Depois de meses em banho-maria, o pedido de CPI da Corrupção foi protocolado ontem na Assembleia com 39 assinaturas – quase metade delas de aliados de Yeda Crusius e obtidas nas 24 horas transcorridas após o anúncio da ação civil pública por improbidade administrativa contra a governadora e mais oito pessoas.

No pedido, constam as assinaturas de dois réus na ação – Frederico Antunes (PP) e Luiz Fernando Záchia (PMDB). Com maioria na comissão, os partidos governistas deverão pleitear a relatoria dos trabalhos e guiar, na prática, os rumos da investigação, como já havia ocorrido durante a CPI do Detran, entre fevereiro e junho do ano passado.

O número mínimo de assinaturas exigido para a formalização do pedido de CPI – 19 deputados – havia sido atingido e superado em um na véspera, quando três parlamentares do PDT – Giovani Cherini, Gerson Burmann e Kalil Sehbe – decidiram aderir à proposta. Ontem, essa cifra foi acrescida de outros 19 parlamentares (nove do PMDB, seis do PP e quatro do PTB). Com base nos trâmites legais e no andamento usual dos processos, a expectativa é de que o requerimento já tenha condições de ser publicado no Diário da Assembleia na quarta-feira. A partir de então, os partidos terão um prazo de cinco dias úteis para indicar seus representantes. Seguindo esse calendário, a CPI poderá ter início no dia 24.

Ao explicar os motivos que levaram a bancada do PMDB, a maior da base governista, a assinar o pedido de CPI, o líder, Gilberto Capoani, disse que a proposição continua sem objeto determinado:

– É uma CPI ampla que poderá não atingir seu objetivo.

Mas, então, por que os deputados do partido assinaram o pedido?

– A nossa visão é de que se pudesse fazer um trabalho complementar, examinando tópicos que eventualmente tenham ficado de fora da investigação feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

PMDB analisa saída do governo

Diante da adesão em bloco do PMDB quando o requerimento já havia reunido o número mínimo de assinaturas – e das sabidas reservas de parte da bancada quanto ao requerimento da CPI –, o clima ontem era de cautela por parte da oposição.

– Vamos chamar o PMDB ao compromisso de efetivamente nos auxiliar a levantar toda a verdade. É um partido que tem uma importância na manutenção deste governo e que tem nomes importantes envolvidos com a fraude – afirmou a deputada petista Stela Farias, que deverá presidir a CPI.

A cúpula do PMDB gaúcho se reunirá na semana que vem para examinar a situação política aberta no Estado com a ação do Ministério Público Federal, ajuizada na quarta-feira. A pauta, segundo Capoani, poderá incluir a saída dos peemedebistas do governo Yeda. Oficialmente, o partido já havia decidido abandonar a administração em razão da intenção de lançar candidatura própria ao Piratini em 2010. A data da saída, no entanto, ficará em aberto. A cúpula aguardava a manifestação do Ministério Público para definir o momento do desembarque. Nos bastidores, os peemedebistas estão divididos entre os que propõem a saída imediata – a ala do ex-governador Germano Rigotto –, no final deste ano – o deputado estadual Alexandre Postal, entre outros – e no início do ano que vem. A definição será tomada nos próximos dias, à luz do episódio da ação contra Yeda e os aliados.

– A decisão poderia ter sido facilitada se lá atrás tivesse sido estabelecida data de desembarque. Agora, vai ter de se decidir em cima de um quadro novo – avalia Rigotto.

O PP, que contribuiu com seis assinaturas para o pedido de CPI, descarta voltar a debater a saída do governo em razão dos últimos acontecimentos. De acordo com o deputado Jerônimo Goergen, presidente estadual do PP, o partido se preocupa com a governabilidade do Estado:

– Essa discussão de se vai sair ou ficar no governo é precipitada. Estamos diante de um quadro político de enorme instabilidade. Não queremos ser oportunistas.

O PT, por sua vez, decidiu adotar uma estratégia dupla na Assembleia: ao mesmo tempo que impulsiona a CPI, estimula o debate sobre os pedidos de impeachment protocolados na Casa.

As assinaturas
QUEM ASSINOU ANTES
- PT
Adão Villaverde
Daniel Bordignon
Dionilso Marcon
Elvino Bohn Gass
Fabiano Pereira
Marisa Formolo
Raul Pont
Ronaldo Zulke
Stela Farias
- PDT
Adroaldo Loureiro
Gilmar Sossela
Paulo Azeredo
- Democratas
Marquinho Lang
Paulo Borges
- PSB
Heitor Schuch
Miki Breier
- PC do B
Raul Carrion
QUEM GARANTIU A CPI
- PDT
Giovani Cherini
Kalil Sehbe
Gérson Burmann
QUEM ASSINOU DEPOIS DE GARANTIDA A CPI
- PTB
Abílio dos Santos
Aloisio Classmann
Cassiá Carpes
Luis Augusto Lara
- PMDB
Alberto Oliveira
Alceu Moreira
Alexandre Postal
Alvaro Boessio
Edson Brum
Gilberto Capoani
Luiz Fernando Záchia
Nélson Harter
Sandro Boka
- PP
Adolfo Brito
Francisco Appio
Frederico Antunes
Jerônimo Goergen
João Fischer
Mano Changes
QUEM NÃO ASSINOU
- Democratas
Jose Sperotto
- PP
Marco Peixoto
Pedro Westphalen
Silvana Covatti
- PTB
Iradir Pietroski
- PPS
Carlos Gomes
Luciano Azevedo
- PSDB
Adilson Troca
Coffy Rodrigues
Jorge Gobbi
Mauro Sparta
Nelson Marchezan Jr.
Paulo Brum
Pedro Pereira
Zilá Breitenbach


(Fonte: Zero Hora)

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